
“Defendemos que a empresa deveria ficar na espera pública, na alçada do Estado. No entanto, se for entendimento do Governo a intermunicipalização, queremos ser ouvidos no processo (…). A principal preocupação é saber se os municípios não vão ceder aos interesses dos operadores locais, pondo em risco os postos de trabalho na STCP”, disse à agência Lusa Pedro Silva.
O Ministério do Ambiente adiantou que a gestão da Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) “será discutida com as autarquias” onde a rede opera.
O responsável pelo setor da mobilidade da Área Metropolitana, Marco Martins, revelou que os autarcas do Porto, Vila Nova de Gaia, Matosinhos, Valongo, Maia e Gondomar vão reunir-se na segunda-feira com a tutela para “discutir uma solução que vá de encontro a todos”.
De acordo com Pedro Silva, os trabalhadores exigem saber de que forma é que será feito o processo, qual a rede que estará em cima da mesa, como será garantido o serviço público, os postos e as condições de trabalho.
“Foi-nos garantido pelo secretário de Estado Adjunto que, fosse qual fosse o modelo de gestão que o Governo fizesse, as organizações dos trabalhadores seriam ouvidas para analisar qual seria o modelo e o que se pretende. Estaremos prontos para analisar e vermos a melhor solução, fazendo parte da solução”, referiu.
As administrações da Metro do Porto e da STCP anularam, esta segunda-feira, os contratos de subconcessão à Transdev e à Alsa, respetivamente, devido a “invalidades diversas”.
Há 15 dias, no Porto, o ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, esclareceu que a reversão da concessão dos transportes em Lisboa e no Porto não implicava qualquer indemnização às empresas vencedoras do concurso lançado pelo anterior Governo, já que o mesmo tinha, pelo menos, “duas ilegalidades com significado”.
A Comissão de Trabalhadores mostrou-se “satisfeita” com esta anulação, mas relembra a promessa de ser ouvida sobre uma futura solução.