
A administração da empresa informou, no passado dia 30, a Comissão de Trabalhadores da Soares da Costa de que não havia “ainda previsão” de pagamento dos salários de julho, mas que esperava liquidar em breve os ordenados em atraso dos trabalhadores em Angola.
Dois dias antes, o Sindicato da Construção tinha anunciado ter obtido garantias da Soares da Costa do pagamento, esta semana, de um dos dois meses de salários em atraso em Angola e da suspensão do processo de despedimento coletivo em Portugal.
“Em relação aos dois meses de salários em atraso em Angola, vão pagar um mês para a semana”, afirmou na altura o presidente do sindicato, Albano Ribeiro.
De acordo com este responsável, há cerca de 400 trabalhadores portugueses da Soares da Costa em Angola, que não recebem ordenado desde maio. Os trabalhadores ameaçaram queimar os camiões e contentores onde dormem em protesto pela reposição dos pagamentos devidos.
Ao longo das últimas semanas, várias dezenas de trabalhadores da empresa Soares da Costa concentraram-se por diversas vezes em protesto contra os salários em atraso e entregaram uma resolução ao presidente da Câmara do Porto para que mova a sua “intervenção política” em defesa dos operários.
A última concentração decorreu na passada segunda-feira, à porta do estaleiro da empresa na Rechousa, em Vila Nova de Gaia, tendo os trabalhadores reivindicado salários e subsídio de férias em atraso.