
A peça, escrita em 1881, alvo de controvérsia e proibições, estreia-se esta quinta-feira e coloca num palco austero uma mulher, o seu filho, a filha bastarda do marido já falecido e nunca presente de forma física em palco, o carpinteiro que assumiu esta última como sua filha e o pastor local.
“Continuamos a debater-nos com a Mulher e, depois, com a posição da Igreja, das leis e da ordem”, sublinhou o encenador João Mota, que lembrou a “grande modernidade” do texto e classificou “Espectros” como uma “tragédia com um lado de farsa” pelo papel desempenhado pelo carpinteiro, “o aldrabão puro”.
João Mota explicou que é uma “peça de sangue”, o que justifica a escolha de um tapete vermelho que define os limites da cena, com um diapositivo projetado em permanência no fundo e o som da chuva como constante.
“Espetros” trata-se de um “marco na história do teatro universal” para Júlio Cardoso, que interpreta o pastor Manders, e realça a “atualidade fantástica” do texto que aborda “sentimentos de sempre”.
A peça fica no TNSJ até ao dia 29 de maio, havendo intenções de a levar a outras cidades, mas sem confirmação até ao momento.