A intervenção, orçada em 80 mil euros, estará concluída até à primeira semana de setembro, antes da abertura da nova temporada, agendada para o dia 18 desse mês.
O Teatro Nacional São João (TNSJ), no Porto, inicia esta semana um processo de conservação e restauro das fachadas do histórico edifício projetado pelo arquiteto Marques da Silva, nomeadamente das suas figuras e carrancas.
Segundo explica o TNSJ, a intervenção resulta de uma inspeção periódica, realizada em julho de 2017, ao estado de conservação dos elementos escultóricos e decorativos da envolvente exterior do edifício. “Nesta inspeção, foram identificados elementos das esculturas já em destacamento, o que impõe uma intervenção urgente de reparação, de modo a reverter o fenómeno de corrosão das armaduras destas peças e a evitar a queda de pedaços de argamassa em via pública”. A intervenção, que deverá estar concluída até à primeira semana de setembro, envolve um investimento de 80 mil euros e conta com o acompanhamento e supervisão da Direção Regional de Cultura do Norte.
A conceção das figuras e carrancas das fachadas do Teatro São João envolveu três ilustres escultores da cidade do Porto: Henrique Araújo Moreira (1890-1979), Diogo de Macedo (1889-1959) e José Fernandes de Sousa Caldas (1894-1965). Estas esculturas adossadas às fachadas do TNSJ foram executadas em argamassas de cimento e possuem dimensões e motivos muito variáveis, podendo, em alguns casos, atingir cerca de dois metros.
“Tratando-se de um edifício classificado como Monumento Nacional, a intervenção irá acautelar os princípios de integridade e de autenticidade do projeto de Marques da Silva”, assegura o TNSJ, que está a preparar as comemorações do centenário do edifício do arquiteto portuense.
A intervenção coincide com a aprovação, pelo POSEUR (Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos), do projeto de eficiência energética para o Teatro Carlos Alberto (TeCA), equipamento também centenário da cidade do Porto que integra a estrutura do TNSJ.
Este projeto totaliza cerca de 220 mil euros, é cofinanciado a 45,73% pelo POSEUR e começará a ser executado no último trimestre deste ano sem, todavia, suspender a atividade do TeCA.
Os trabalhos passam pela substituição da iluminação existente por iluminação LED, a instalação de painéis fotovoltaicos na cobertura do edifício para produção de energia e a implementação de um sistema de gestão inteligente dos consumos energéticos.
Foto: ©TUNA_TNSJ