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Teixeira dos Santos: País que não cresce não consegue garantir que paga dívida

Teixeira dos Santos: País que não cresce não consegue garantir que paga dívida
O ex-ministro das Finanças alertou hoje que “um país que não cresce, não consegue dar garantias aos seus credores que vai conseguir pagar a dívida”, e que “sem investimento o país não consegue sustentar o seu crescimento”.

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“O crescimento da economia portuguesa tem sido fraco” e o futuro, nesta matéria, não é “muito risonho”, afirmou Teixeira dos Santos, num almoço debate do International Club of Portugal, hoje realizado no Porto. “Politicamente até o discurso já virou neste sentido. Já não se fala tanto da austeridade, fala-se mais agora do desafio de crescimento”, acrescentou.
Para o ex-ministro das Finanças do governo de José Sócrates, “é importante que haja crescimento por causa da dívida pública”, porque “um país que não cresce não consegue dar garantias aos seus credores que vai conseguir pagar a dívida”.
“Há um grande desafio para o país que é de pagar o que deve. Não tem que pagar tudo de uma vez mas tem que dar garantias que tem uma dinâmica de crescimento económico que vai gerar riqueza que chegará para honrar os compromissos neste domínio”, defendeu.
Para Teixeira dos Santos, “sem investimento o país não consegue sustentar o seu crescimento”, acentuando a necessidade que este seja “externo” pois a história recente do país demonstra que não há “capitalistas em Portugal que tenham capitais próprios suficientes”.
“E os grandes grupos de referência nacional, que se reconstituíram com as privatizações e foram grandes grupos no passado, perguntem e respondam a vós próprios: onde é que eles estão, o que é que lhes aconteceu? Eles a pouco e pouco foram-se esfumando. O que é feito de Champalimaud? Os Mello ainda estão na Brisa, mas tiveram de reconfigurar. O Espírito Santo é o que estamos a ver”, desafiou.
Para o ex-governante, “esses grandes grupos de referência, que eram os tais centros de decisão e de capitais nacionais, de facto estão a mostrar grandes debilidades em poderem financiar e capitalizar o País”.
“E por isso considero que a aposta no investimento estrangeiro vai ser fundamental para injetar capital novo em capacidade produtiva nova e poder modernizar, recuperar muita da capacidade produtiva já existente”, referiu, adiantando ser preciso “um quadro jurídico que seja mais incentivador e atrativo para o investimento estrangeiro”.
Relativamente ao investimento feito em Portugal, o economista considera que não se pode dizer que tenha havido um excesso, porque é a poupança que tem baixado na nossa economia. “O país tem andado a investir mais do que aquilo que poupa e por isso se tem endividado”, explicou.
Teixeira dos Santos destacou ainda a importância do crescimento para permitir a melhoria de condições de vida dos cidadãos.

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