Kim Noble / CAMPO
Lullaby for Scavengers
12 e 13 de outubro
Lullaby for Scavengers
(Canção de embalar para os necrófagos)
Uma canção de embalar é uma canção calmante.
Os necrófagos comem animais mortos.
O ex-amante e coapresentador de Kim Noble é um esquilo
morto e zangado.
Este esquilo morto e zangado consegue falar.
A peça é bastante engraçada.
A peça é sobre grandes sentimentos.
Por exemplo, o medo que as pessoas têm da solidão.
É também sobre os nossos desejos e sonhos.
— CAMPO
Teatro de Ferro
Arquivo Zombie: o arquivo morto-vivo do Teatro de Ferro – Gigantes
12 e 13 de outubro
No fimp’ 24, o Teatro de Ferro e o seu Arquivo Zombie vão regressar ao Teatro Municipal do Porto. Desta vez para reanimar a peça Gigantes – uma performance a partir da reinterpretação de materiais oriundos do espetáculo Marionetas tradicionais de um país que não existe, estreado em 2017, no âmbito do FIMP.
Sonoscopia & Teatro de Ferro
Capital Canibal
12 e 13 de outubro
As multidões comem-se em hors d’oeuvre, como entrada ou em guarnição. Aqueles que põem nódoas na gravata dão geralmente deliciosos pâtés.
— Roland Topor
Capital Canibal é uma máquina de cena anacrónica e em permanente curto-circuito. Não obstante os esforços dos seus operadores, eles próprios alimento e combustível, o produto acaba por ser sempre defeituoso, excedentário, inútil e ao mesmo tempo irresistível. Instalada num lugar entre a conferência, a montagem de atrações com marionetas e autómatos e o espetáculo de variedades, Capital Canibal é uma performance para os estômagos mais fortes e os paladares mais requintados, mas ao mesmo tempo muito inclusiva, pois até as partes piores podem ser aproveitadas. — Sonoscopia & Teatro de Ferro
Marionetas do Porto
Jardineiro Imaginário
13 de outubro
Cara imaginação, aquilo de que mais gosto de ti é que não perdoas.
— André Breton
Jardineiro Imaginário é uma criação das Marionetas do Porto, dedicada aos adultos numa tentativa de os transportar a territórios diversos onde possam ecoar inquietações, pensamentos, matérias soltas, pedaços de vida, numa espécie de coroa circular. Dois atores, num encontro entre marionetas, objetos, palavras, movimentos, pequenas partículas inomináveis, luz, música e tantos outros elementos, provocando composições e viagens imagéticas. Cria-se um lugar não linear, descolado do mundo. Desconcertante, delirante, sem leis conhecidas. Uma espécie de pintura viva. Partindo do universo literário, nomeadamente de alguns poemas de Sonhador Definitivo E Perpétua Insónia, antologia de poemas surrealistas escritos em língua francesa, traduzidos por Regina Guimarães e de muita experimentação ligada aos materiais, descola-se para o sonho, em voo, percorrendo subterraneamente um universo que escapa à realidade. Em Jardineiro Imaginário, há um regresso a esse continente da imaginação, na criação de imagens que brotam de forma automática transportando cada corpo para um outro lugar. O teatro interior e íntimo, persistente e sem fim, habitado por um jardineiro imaginário, criado com a cumplicidade artística de uma equipa multidisciplinar. — Isabel Barros
Alma d’Arame & Baal 17
Sangue, suor e picos
15 de outubro
O declínio da civilização no confronto com a natureza selvagem. Sombra-Deliciosa vive sossegado no deserto do Colorado. Ocupa os seus dias observando o movimento das cores nas rochas de sol nascente a poente. E esta é a história da sua vida desde que nasceu até ao instante em que, de surpresa, é cruelmente atingido pelo amor. Cruelmente porque, sendo Sombra-Deliciosa um cacto de pés enterrados nas áridas rochas, como poderá aproximar-se da desfraldada Algodão-Doce? Cruelmente, porque, sendo Sombra-Deliciosa um cacto encontra-se, por natureza, muito condicionado para a manifestação física do seu afeto. E, se tudo isto não bastasse, como poderá ele contrariar os sinistros planos de Botifarra, o xerife, noivo, de casamento comprado, da esvoaçante Algodão-Doce? Será possível um final feliz para tão desventurado amor. — Alma d’Arame & Baal 17
Pensée Visible
Palomar
17 e 18 de outubro
Um homem põe-se a caminho para alcançar, passo a passo, a sabedoria. Ainda não chegou lá. É com poucas palavras como estas que Calvino resume as aventuras e desventuras do Senhor Palomar, extravagante protagonista do seu livro. Encenado por Raquel Silva, Palomar é o primeiro espetáculo criado do seu encontro com Alessandra Solimene, Daniela Cattivelli e Elisabetta Scarin. Nas três adaptações feitas em teatro de papel — O seio nu, O gorila albino e O universo como espelho — a delicadeza das imagens realizadas por Alessandra Solimene associa-se à requintada escrita do autor italiano. Uma viagem poética e divertida que começa pelo olhar e penetra progressivamente ao mais profundo do espírito. — Pensée Visible
Lafontana Formas Animadas
Prometeu
19 de outubro
Segundo a mitologia grega, depois de Zeus ter criado os seres terrestres, coube a Prometeu e o seu irmão Epimeteu a obrigação de atribuir a cada animal dons e aptidões naturais diversos: alguns recebem asas, outros patas velozes, garras afiadas, carapaças protetoras, etc. Quando chegou a vez do homem, que deveria ser superior aos restantes animais, Epimeteu esgotara já todos os recursos. O irmão Prometeu vai então roubar o fogo aos deuses e oferece-o à humanidade, assegurando assim a superioridade dos homens sobre os outros animais, mas provocando a ira de Zeus. Neste projeto multimédia, inspirado na tradição do teatro de sombras indonésio Wayang Kulit, as personagens são representadas por silhuetas articuladas, manipuladas sobre uma base retroiluminada. A cenografia utiliza como recurso imagens de vídeo e a manipulação de areia sobre esta superfície, criando desenhos e texturas que sugerem espaços e ambientes visuais. As cenas resultantes são captadas e tratadas informaticamente, sendo depois projetadas numa tela. — Lafontana Formas Animadas
Apichatpong Weerasethakul
A Conversation with the Sun (VR)
23 a 26 de outubro
Comungar com seres espectrais invisíveis, corpos adormecidos ou estados de doença e ter a experiência do tempo suspenso num círculo. Apichatpong, que trouxe à vida o intangível, o invisível e o inaudível através do seu léxico visual único, expande ainda mais o seu universo no território do espaço virtual por meio de realidade virtual. Poesia visual que vai além da linguagem, ondas criadas pela música de Ryuichi Sakamoto, partículas de luz a flutuar no ar. Será um sonho, um regresso à origem da vida ou uma experiência de quase morte? Este trabalho dar-nos-á seguramente as boas-vindas a um espaço-tempo completamente novo.
João Barreto
26 de outubro
Pianista, intérprete e compositor de jazz, João Barreto tem 19 anos. Está envolvido em diversos projetos de jazz e música clássica. Tem sido premiado em concursos de piano, como em Lagos, Tavira, Coimbra, Seia, Porto (Concurso internacional Santa Cecília), e também em Orbetello, Itália. Começou os estudos com 3 anos, tendo estudado com a professora Teresa Brandão e, desde 2022, com o professor Álvaro Teixeira Lopes. Na área do jazz foi orientado por Pablo Lapidusas, desde 2015, e atualmente por João Paulo Esteves da Silva. Frequenta a licenciatura em música em Aveiro sob a orientação do professor Álvaro Teixeira Lopes. No jazz, lançou o álbum The Lonely Tree (2023), com apoio da Antena 2, o qual mereceu crítica positiva.
Mateus Barros
26 de outubro
Mateus Barros iniciou os estudos de piano no Conservatório de Música do Porto com o Professor Nuno Caçote, aos 6 anos. Posteriormente, frequentou a classe da Professora Maria José Souza Guedes, tendo concluído o 12º ano com a máxima classificação. Continuou os estudos no Ensino Superior, na ANSO – Metropolitana, na classe do Professor Paulo Oliveira e, atualmente, estuda com a Professora Jill Lawson. Fez vários cursos com Vladimir Viardo, Anna Malikova, Alexander Tutunov, Ivo Kahánek, Alberto Urróz, Miguel Borges Coelho, Fausto Neves, Constantin Sandu e Álvaro Teixeira Lopes, entre outros. Obteve mais de três dezenas de prémios, em concursos nacionais e internacionais. Foi galardoado com Prémio da Fundação Inatel no Concurso Jovem Solista. Destaca-se ainda o facto de ter sido distinguido com dois prémios revelação e distinção. Como solista, apresentou-se recentemente em público em Lisboa, com a Orquestra Académica da Metropolitana, dirigida pelo Maestro Jean-Marc Burfin. Além de outras atuações como solista, tem atuado em recitais a solo, mantendo simultaneamente uma intensa atividade em diferentes formações de música de câmara.