“É necessário e importante registar e denunciar que o organismo público português responsável pelo fomento às artes (Direção-Geral das Artes), anteriormente dirigido pelo atual Secretário de Estado da Cultura Jorge Barreto Xavier, é precisamente aquele que, neste momento, é responsável pelo ataque e tentativa de extinção administrativa de grupos teatrais independentes, companhias históricas e festivais, particularmente as estruturas mais críticas, não-alinhadas e contestatárias da atual política cultural”, refere a companhia Teatro Plástico numa carta aberta.
“Tudo isto é inadmissível, vergonhoso e indigno de um regime democrático e de Estado de Direito, mas o que se verifica é o que o organismo público responsável pelo fomento às artes se comporta como um órgão de policiamento político, com a clara missão de tentar exterminar estruturas teatrais incómodas como o Teatro Plástico”, acrescenta.
Para a companhia, “estão em causa 20 anos de trabalho continuado e um percurso reconhecido e original que não se confunde com outro projeto existente e que é mesmo pioneiro em diversos campos, nomeadamente no trabalho ‘site-specific’ de exploração de espaços não teatrais e na relação entre o teatro e espaço público”. “O que está aqui em causa é uma estratégia global de aniquilamento cultural”, sublinha.
Em 19 de agosto, a Direção-Geral das Artes (DGArtes) divulgou, em comunicado, “os resultados finais do concurso para apoio pontual às artes 2014”, que confirma o apoio a 45 projetos artísticos em todo o país, que vão receber 800 mil euros.
A este programa, de acordo com os dados desta entidade, responsável pela realização dos concursos públicos de apoio às Artes, foram apresentados 345 projetos, admitidos 315 para apreciação e, destes, selecionados os atuais 45.
Os projetos – com execução de julho deste ano a março de 2015 – são divididos por “patamares” de financiamento: 10 projetos foram incluídos no patamar de 7.500 euros, 15 projetos no de 15.000 euros e 20 projetos no de 25.000 euros.
