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Teatro da Vilarinha comemora 20 anos de existência

Teatro da Vilarinha comemora 20 anos de existência
O diretor do Teatro da Vilarinha, no Porto, destaca o papel do equipamento cultural para a formação de um público jovem, “necessitado de confronto com as artes performativas”.

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A comemoração dos 20 anos do Teatro da Vilarinha é assinalada com a estreia, no domingo, da peça “O Lobo Sou Eu”, uma parceria que reúne o encenador Rui Spranger e o escritor Eduardo Leal, com interpretação de Daniela Marques e Ismael Calliano.
Ao longo destes 20 anos, as duas dezenas de temporadas levaram a palco 70 espetáculos, sendo 36 estreias absolutas e 13 estreias, num total de 2.200 representações.
João Luiz, diretor e encenador, destaca o papel do Teatro da Vilarinha na formação de um público jovem, “necessitado de confronto com as artes performativas”.
“É isso que nos dá alento para continuar. Enquanto formos capazes de fazer objetos teatrais que interessem a esse público, vamos sobrevivendo”, disse João Luiz à agência Lusa, referindo que sempre considerou fundamental a existência na cidade do Porto de uma sala vocacionada para públicos jovens.
O encenador considera que “continua a fazer sentido” porque isso diferencia a companhia “não só em termos de públicos, mas também em termos de criadores como companhia”.
O Teatro da Vilarinha, que tem como companhia residente a Pé de Vento, é das “pouquíssimas ou talvez a única” sala de uma companhia de teatro independente que resistiu ao pós-Porto 2001 – Capital Europeia da Cultura, refere o responsável.
Os anos que se seguiram não foram fáceis, devido às “mudanças no país e com indecisões em relação à atribuição de subsídios”, e também “porque veio a ‘troika’” e, entre outras consequências, “as autarquias limitaram as suas despesas e os apoios à cultura, o que reduziu muito a vinda de crianças em idade escolar”, sublinhou João Luiz.
Mas “agora a cidade está diferente, há um espírito diferente na abordagem destas questões, acreditamos que tudo isto se vai equilibrar”, afirmou, manifestando a esperança de que a autarquia portuense possa apoiar a companhia, sobretudo pelo trabalho que realiza com o público infanto-juvenil.
O Teatro da Vilarinha pretende continuar apostar “numa matriz incomum em Portugal” que é juntar um encenador a um autor, criar um texto e levá-lo à cena.
“Contribuímos para uma nova dramaturgia e para a edição dessa nova dramaturgia, que depois pode continuar o seu caminho, através de outras companhias e através da leitura. Começamos este trabalho com Manuel António Pina e prosseguimos com outros autores, como Álvaro Magalhães, Teresa Rita Lopes, Gonçalo M. Tavares e, agora, o Eduardo leal”, avançou o responsável.
A peça “O Lobo Sou Eu” estará em cena, para o público escolar, de 7 a 31 de março, de terça a sexta-feira, às 11h e às 15h.
Para o público em geral, a peça será apresentada até 2 de abril, aos sábados e domingos às 16h.

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