
Foi em 1974 que nasceu a Supercasa, uma loja que se tornou referência no setor da decoração de interiores no Porto e que, recentemente, foi distinguida com o selo “Porto de Tradição” da Câmara do Porto. A ideia surgiu do avô de um dos atuais proprietários, quando este adquiriu o espaço onde ainda hoje o negócio se mantém.
Começou por vender alcatifas e, com o sucesso inicial, a loja foi-se expandindo. A Supercasa fica na zona da Foz e dá continuidade a um legado familiar de cerca de 5 décadas, neste negócio que passou de avô, para mãe e, mais tarde, filho.
Em entrevista à VIVA, um dos proprietários explica que o nome da loja também passou por transformações. “O primeiro nome de todos foi ‘Supermercado de Alcatifas’, depois entretanto, tivemos de deixar esse nome e passou para ‘SuperDecor’. Só mais tarde é que passou para Supercasa, em 2004.”
Entre os rostos que fazem parte desta história, há colaboradores que estão presentes desde a fundação. O colaborador em questão “tem precisamente o nome social da empresa, que é Delmar Alves. Delmar era o tio deste funcionário e Alves era o meu avô. Foram sócios fundadores. Entretanto, esse sócio vendeu parte ao meu avô e a empresa continuou. Está 100% detida na família” – explica o responsável.





Para quem ainda não conhece o espaço, a Supercasa oferece uma vasta gama de tapeçarias clássicas e orientais, alcatifas personalizadas em qualquer tamanho e com qualquer tipo de acabamento, cortinas, estores e serviços de estofo.
“Nas alcatifas, fazemos personalizado para qualquer tamanho e juntamos qualquer qualidade de alcatifa. Fazemos desenhos, temos uma máquina a laser que faz recortes e faz qualquer desenho. Temos cortinas, estores, estofo e é este o essencial do que fazemos. Nas cortinas e estores, fazemos desde a tirada de medidas à confeção das cortinas, até à sua aplicação”.
O que mais atrai os clientes? Para o responsável desta nova loja “Porto de Tradiçãp”, a resposta é simples: “as alcatifas por medida, as cortinas e os estores são os produtos mais procurados e representam o verdadeiro “core business” da empresa”.
Muita coisa mudou desde os primeiros tempos. “Nos princípios da loja, no Norte, éramos praticamente únicos. Eu não era dessa fase, mas sabia que os clientes faziam fila para comprar, pegavam-se para ser atendidos. Agora, naturalmente não há isso”.
“A concorrência é muito maior. Há montes de sítios que vendem produtos semelhantes. Onde conseguimos ser um bocadinho diferentes é na parte dos serviços, não só a vender o produto, mas também a juntar-lhe os serviços associados. É isso que nos distingue e nos faz poder continuar” – acrescenta.




O público que frequenta a loja é maioritariamente nacional, com destaque para arquitetos e decoradores, embora a presença de estrangeiros residentes no país também esteja a crescer. “O nosso elemento mais forte são os clientes profissionais, como arquitetos, decoradores. Depois, também temos uma componente interessante de consumidor final. Mas maioritariamente nacionais e também começamos a ter alguns estrangeiros. Não turistas, mas residentes cá.”
No final de contas, os clientes tendem a “mostrar-se satisfeitos”. É essa satisfação que funciona como publicidade e faz com que “esse cliente recomende a um amigo ou a um familiar”.
“Tem sido a nossa grande arma ao longo dos anos e cada vez mais temos mais clientes. Já vamos na terceira geração de alguns clientes, de avós, pais e agora filhos” – conta o responsável da Supercasa.






Na visão do lojista, o reconhecimento pelo programa municipal “Porto de Tradição” foi recebido com orgulho. “É um grande reconhecimento de todos estes anos de trabalho. Encontrar uma ferramenta na própria cidade que nos dê alguns apoios para continuar é muito importante e diferenciador”.
A nomeação foi atribuída há poucas semanas, mas os efeitos já se fazem sentir. “Temos alguns clientes novos que falam nisso. Acham interessante. Dizem que passam há muitos anos, mas não fazem ideia da dimensão histórica que a empresa já tinha”.
O balanço de cerca de meio século é positivo, apesar dos desafios. Frente a estes, o mote é caminhar e ir “fazendo o futuro devagarinho”. Por enquanto, o objetivo é “fazer mais 10 anos para chegar aos 60. Depois mais 10 e por aí fora.”