A startup Flow inaugurou quarta-feira o seu novo escritório na refinaria da Galp, em Leça da Palmeira. A parceria visa desenvolver soluções de mobilidade urbana à escala global, com vista à descarbonização da economia.
“O mundo vai mudar muito e muito depressa. Temos que pensar como atuamos hoje a pensar no futuro. A Humanidade está a viver um momento único. O que a Galp fez foi alocar mais de 40% do seu investimento a projetos e negócios associados à transição para uma economia de baixa intensidade tecnológica. Queremos ser o sistema operativo da mobilidade urbana a nível global”, afirmou o presidente do executivo da Galp, Carlos Gomes da Silva.
“A Flow apresenta-se como o motor sustentável dos atuais programas de mobilidade, tanto no setor privado, como no público. Através de soluções modulares e escaláveis, esta startup tecnológica promete acelerar a adoção da mobilidade partilhada e elétrica, contribuindo ativamente para a transição de frotas abastecidas por combustíveis fósseis para frotas elétricas”, lê-se no comunicado enviado.
A Flow, através da plataforma de mobilidade mobi.me, desenvolvida pelo CEiiA – Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto, em Matosinhos, e que é utilizada para gerir os projetos de living lab e monitorização de trânsito de Matosinhos, irá disponibilizar soluções que integram paralelamente, o carregamento de veículos elétricos, o fornecimento de eletricidade, e a partilha, localização e monitorização de veículos elétricos, entre eles, bicicletas, trotinetes, scooters e carros.
A Flow disponibiliza também soluções integradas de gestão dos sistemas de mobilidade de transportes urbanos, que permitem o acesso e o pagamento de serviços como transportes públicos, bicicletas partilhadas, estacionamento e carregamento de veículos elétricos.
A cerimónia de inauguração da Flow na refinaria contou com a presença da Administradora Executiva da Galp, Susana Quintana Plaza, da CEO da Flow, Jane Hoffer, e do Vereador da Mobilidade da Câmara Municipal de Matosinhos, José Pedro Rodrigues, que abordou os desafios para o futuro que se colocam hoje, como o aumento da densidade populacional, as mudanças climáticas e o necessário equilíbrio ecológico.
José Pedro Rodrigues referiu as várias parcerias que o município tem no terreno no que respeita à transição energética das cidades e a forma como as várias soluções podem ser incorporadas nas decisões do município.
Uma dessas parcerias é o Living Lab-Carbono Zero, projeto criado há cerca de dois anos pela autarquia de Matosinhos e pelo CEiiA, sendo cofinanciado pelo Fundo Ambiental do Ministério do Ambiente.
O Living Lab tem como principal objetivo testar soluções tecnológicas de baixo carbono que aumentem a eficiência energética e reduzam as emissões poluentes. Atua em áreas como a mobilidade e os transportes, os edifícios, a inovação no ambiente e a promoção da economia circular. Uma das soluções que está a ser testada é a plataforma AYR, que permite quantificar, valorizar e transacionar as emissões de carbono evitadas com a utilização de modos de mobilidade sustentável.
A plataforma AYR funciona como uma carteira virtual de créditos verdes baseada em emissões de CO2 poupadas. Com base na tecnologia blockchain, os créditos acumulados pelas emissões evitadas podem ser utilizados na aquisição de bens e serviços sustentáveis.
O sistema integra atualmente trotinetes elétricas e scooters elétricas, mas, no futuro, deverá chegar às bicicletas elétricas e aos transportes públicos.
Foto: CM Matosinhos