
A arquitetura brasileira é o tema da festa, este fim de semana, do primeiro aniversário da Casa da Arquitectura em Matosinhos. Mas o calendário de atividades da instituição para 2019 vai ser marcado por uma grande exposição individual dedicada a Eduardo Souto de Moura, a inaugurar a 18 de outubro.
“Achámos que a nossa primeira exposição individual monográfica deveria ser sobre um arquiteto português, e a escolha de Eduardo Souto de Moura não acontece por acaso: trata-se de um arquiteto que apostou na Casa da Arquitectura (CA), onde já depositou 579 maquetas, constituindo assim o maior acervo que temos nos nossos arquivos”, adiantou ao jornal Público Nuno Sampaio, diretor executivo da CA.
Segundo Nuno Sampaio, a Casa da Arquitectura está a negociar para que a curadoria da mostra de Souto de Moura seja feita pelo historiador e crítico de arquitetura italiano Francesco Dal Co, ex-diretor da Bienal de Arquitetura de Veneza e curador do Pavilhão da Santa Sé na edição deste ano da bienal, que contou com uma capela projetada por Souto de Moura.
Também o arquiteto portuense Nuno Graça Moura, que comissariou uma exposição de Souto de Moura em Dusseldorf, Alemanha, em 2015, deverá integrar a equipa de curadoria.
“Será uma grande exposição, e estamos a tratar de que tenha a curadoria de um dos maiores críticos de arquitetura mundiais e grande especialista na obra de Souto de Moura”, acrescentou o diretor executivo.
De referir que a Casa da Arquitectura é a única depositária, em Portugal, dos arquivos de Souto de Moura.
Mas a programação da CA para o próximo ano vai dar também destaque a outro arquiteto português e também da Escola do Porto: Pedro Ramalho. O arquiteto decidiu doar o seu arquivo à Casa da Arquitectura. O contrato vai ser formalizado este sábado (17h), numa sessão em que o seu trabalho será apresentado precisamente por Souto de Moura.
Da lista de peças agora colocadas à guarda da Casa da Arquitectura pelo arquiteto que fez a renovação do Teatro Municipal Rivoli, a Casa das Artes de Famalicão e o conjunto habitacional As Sete Bicas, em Matosinhos, constam 12 maquetas, mais de 2600 desenhos, cartazes relativos à sua participação no Programa SAAL (Serviço de Apoio Ambulatório Local) e ainda uma coleção de fotografias e diapositivos de sua autoria e também de Luís Ferreira Alves, adianta o jornal Público.
O arquivo de Pedro Ramalho dará assim origem a uma exposição na Galeria da Casa, entre setembro e novembro de 2019.
“Nós não nos limitamos a guardar aquilo que nos é doado ou depositado na Casa; tratamos, arquivamos e mostramos”, salienta Nuno Sampaio, reclamando ser essa a marca distintiva da instituição, que é “a única em Portugal, exclusivamente dedicada à arquitetura, que tem simultaneamente espaços e serviços de tratamento, arquivamento e exposição”.
Em 2019, a CA vai continuar a trabalhar na constituição de uma coleção dedicada à arquitetura portuguesa nos primeiros 25 anos da democracia, que irá também dar origem a uma grande exposição, em data ainda a determinar.