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Sinusite: não adie o tratamento

Sinusite: não adie o tratamento

Antes de abordar diretamente o tema, gostaria de começar por aconselhar a população em geral a não adiar o tratamento das suas doenças, quaisquer que elas sejam, evitando assim o agravamento das mesmas e por vezes tornando o seu tratamento mais difícil, mais demorado e menos eficaz. Apesar de vivermos em período de pandemia, as unidades de saúde dispõem de protocolos e circuitos para segurança dos profissionais de saúde e dos doentes.

Mas, antes de mais, importa explicar porquê o nome de sinusite/rinossinusite. Sinusite é, como o nome indica uma infeção localizada nos seios peri-nasais, cavidades que temos na nossa face (seios frontais na testa, etmoidais entre os olhos, maxilares por baixo dos olhos e esfenoidais por trás dos olhos) e que servem, além de outras coisas, para tornar a nossa cabeça mais leve. Há alguns anos entendeu-se que praticamente todas as sinusites começavam no nariz e o termo passou a ser rinossinusite.

Esta patologia afecta cerca de 19% da população portuguesa, sendo a rinossinusite aguda (patologia que habitualmente cura com antibiótico) 7% e a crónica (patologia que por vezes não cura com antibiótico, havendo necessidade de cirurgia) de 13%.

A rinossinusite atinge todos os grupos etários, sendo mais frequente antes dos 35 anos e depois dos 55 anos.

Os sintomas/queixas desta doença mais frequentes são a obstrução respiratória nasal, a saída de secreções que podem escorrer para trás do nariz, a dor e sensação de pressão, e, menos frequente, as alterações de cheiro/olfacto e paladar.

Mas porque será que cerca de 20% da população tem rinossinusite? Tudo começa com a produção do muco nasal que é cerca de um litro por dia, sendo este muco muito importante para a humidificação do nariz e para remover partículas potencialmente infetantes. No entanto, existem dois fatores que fazem com que o doente tenha mais possibilidades de contrair a doença: o desvio septo nasal, que provoca a acumulação de secreções nasais que, por estarem acumuladas, têm maior tendência e infetar; e a alergia/rinite alérgica que aumenta a produção de muco.

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Qual o tratamento mais indicado para a rinossinusite aguda? E para a crónica? O tratamento da rinossinusite aguda e crónica é semelhante e inclui:um antibiótico escolhido para eliminar as bactérias mais frequentes nesta região (é importante saber que nem todos os antibióticos têm a mesma eficácia nesta patologia); um descongestionante nasal para que haja uma maior drenagem das secreções infetadas e, por vezes, a associação dum spray nasal com cortisona – no caso deste spray nasal é importante explicar que, embora a população em geral conheça os malefícios da cortisona e, por isso, tenha receio deste medicamento, neste caso não existe qualquer problema com a sua utilização porque não é atingida a corrente sanguínea, podendo ser aplicado inclusive em grupos etários mais baixos.

E, chegamos ao tratamento cirúrgico. A cirurgia tem indicação quando se trata de uma rinossinusite crónica ou rinossinusites agudas muito frequentes, que habitualmente não curam com a medicação, associadas a desvio do septo nasal com obstrução respiratória nasal e que, como facilmente se entende, só pode ser corrigido cirurgicamente, e ainda ao aumento de tamanho dos cornetos (formações que temos dentro do nariz e que nos ajudam a filtrar o ar, mas que, com o aumento de tamanho, agravam a respiração nasal).

Em caso de necessidade, os doentes do Serviço Nacional de Saúde podem realizar esta cirurgia na CUF Porto utilizando o vale cirurgia atribuído pelos hospitais públicos.

Este tipo de cirurgia habitualmente é minimamente invasiva, não sendo necessário fazer cortes e, por isso, não há cicatriz. A cirurgia e o pós operatório são bastante bem tolerados, o internamento dura um dia, e os mitos de dor, dificuldade de remoção das talas e hemorragias, são exatamente isso…um mito.

José Esteves Marcos, Coordenador de Otorrinolaringologia do Instituto CUF Porto

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