Esta segunda-feira, a Fundação de Serralves e Isabel Sarmento, viúva do artista português Julião Sarmento, vão formalizar um acordo para a doação do arquivo do renomado artista.
O Arquivo Julião Sarmento é uma verdadeira cápsula do tempo da arte contemporânea portuguesa, abrangendo desde os anos 70 do século XX. É composto por uma variedade de materiais, incluindo textos, vídeos, áudios, imagens e uma coleção audiovisual de relevância internacional.
Este arquivo representa anos de trabalho artístico e experimental no campo das artes plásticas, contendo ainda entrevistas, artigos de jornal, críticas e correspondência com outros artistas influentes da época.
A doação deste importante arquivo oferecerá ao Museu de Serralves oportunidades expandidas de pesquisa, divulgação e apresentação de uma das coleções de arte mais significativas do país.
Segundo o Porto Canal, a fundação planeia lançar uma publicação dedicada ao arquivo, bem como organizar uma exposição, conversas e conferências para destacar seu valor.
Julião Sarmento, um dos mais aclamados artistas portugueses, representou o país na Bienal de Arte de Veneza de 1997 e foi objeto de uma exposição na Tate Modern, em Londres, em 2011. Em 2012, o Museu de Serralves realizou a mais completa retrospectiva de sua obra, reconhecida com o Prémio da Associação Internacional de Críticos de Arte (AICA).
Enquanto o arquivo do artista enriquecerá o acervo de Serralves, a sua coleção de arte privada será mantida no Pavilhão Azul, em Lisboa, através de um protocolo assinado entre a Associação Coleção Julião Sarmento e a empresa municipal EGEAC, com duração de 10 anos.
A doação do Arquivo Julião Sarmento destaca o compromisso de Serralves em atrair importantes acervos artísticos internacionais e investir na expansão de sua coleção através de aquisições e acolhimento de novos espólios artísticos.
Com a inauguração de uma nova ala do museu, a instituição tem agora mais espaço para expor a sua coleção e arquivos, que incluem os Arquivos Atelier RE.AL de João Fiadeiro, o Arquivo Alternativa Zero, o Arquivo de Álvaro Siza, o Arquivo Álvaro Siza/Carlos Castanheira e o Arquivo Manoel de Oliveira.