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Self Made

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“Na verdade, a viagem não só nos influenciou como foi o catalisador do projeto”, explicou Carina Silva à Viva, garantindo que lançar uma marca de roupa/acessórios não fazia parte dos seus planos. Ainda assim, o contacto diário com os artesãos locais e viajantes, “que usavam o artesanato como meio para financiarem as suas viagens”, despertou a atenção dos jovens.

self3“Percebemos que deveríamos dedicar algum tempo a pensar no assunto”, notou. A partir daí, foi só “juntar as peças do puzzle”: a mãe de Carina, já reformada, “foi costureira a vida toda”, podendo, portanto, utilizar o seu tempo livre com alguma atividade que estimulasse a criatividade; os pais de Pedro, por sua vez, tendo um armazém de tecidos, poderiam ser um apoio fundamental no acesso a tecidos vintage e a padrões únicos, “já para não falar na rede de fornecedores”, aos quais seria possível aceder de forma facilitada. De resto, a experiência da assessora na área da comunicação poderia ser usada na divulgação da marca e o know-how de Pedro, que trabalhou grande parte da sua vida com vendas, canalizado para a descoberta de pontos de venda. E assim foi. Da articulação de todas estas condições facilitadoras surgiu a Self Made, que funciona em jeito de cooperativa.

Cores fortes, estilo próprio e aposta na individualidade

Os tons, os padrões escolhidos e a vertente ecológica das peças confecionadas na América do Sul foram talvez os aspetos que mais inspiraram os criadores da marca. “Estamos, por exemplo, de momento, a criar uma linha ECO dentro da Self Made que é totalmente inspirada no Brasil”, adiantou Carina Silva, explicando tratar-se de uma estratégica aposta no aproveitamento de peças antigas, que passam a ganhar “uma segunda vida”. “Eles fazem muito isso e são realmente criativos nas abordagens. Enquanto viajávamos vimos roupa feita a partir de cintos de segurança, o uso de caricas para botões, aprendemos técnicas artesanais de pintura, enfim, fomos muito influenciados”, reconheceu.

self4Os maiores pilares da empresa estão, assim, bem definidos, passando pela “criação de roupa e acessórios originais, em que cada peça é única, a preços competitivos e direcionados para homens e mulheres de todas as idades e tamanhos”, a adoção de um estilo próprio, “numa clara defesa da individualidade” (aspeto que esteve na origem da escolha do nome Self Made) e ainda a “redução do consumo, reaproveitando matérias e dando muitas vezes uma segunda vida a peças paradas”.

A atuar nos segmentos masculino e feminino, a marca confeciona “um pouco de tudo”: casacos, túnicas, vestidos, camisolas, calças, saias, calções, tops e acessórios variados como malas, cachecóis, écharpes, luvas, colares e ganchos de cabelo. A escolha do tecido é, normalmente, o ponto de partida para o nascimento de um novo trabalho. “Selecionamos os tecidos que mais nos saltam à vista e depois, olhando para o material, tentamos idealizar a peça”, descreveu a assessora de comunicação. “A partir daí, direcionamos o modelo e os tecidos para os vários criadores que trabalham connosco e cada um dá o seu toque pessoal”, acrescentou.

Consultoria de imagem em ação nas peças encomendadas

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Ainda assim, a Self Made também está disponível para trabalhar por encomenda, situação que já exige um processo diferente. “A pessoa partilha connosco o que gostaria de ter e nós damos as nossas sugestões, contando, para isso, com o contributo da Palmier Consulting, uma empresa de consultoria de imagem com a qual temos parceria”, salientou. Neste caso, a Palmier analisa o perfil e o corpo do cliente, aconselhando-o em relação às peças que podem realçar a sua silhueta.

self6Os preços praticados pela marca são variáveis. “Temos desde leggins que custam 10/15 euros a casacos que podem ir aos 90. Os vestidos andam em média entre os 35 e os 55 euros”, adiantou Carina Silva, esclarecendo que o custo dos acessórios está dependente do material e da dimensão da peça. “Umas luvas podem custar 12 euros e uma carteira pode chegar aos 25. Mas se tivermos em conta que cada peça é única não me parece de todo caro”, defendeu.

Continuar a “apaixonar” o público

Num momento em que a Self Made já conquistou as cidades do Porto (com peças à venda na CRU, situada na Rua do Rosário), da Trofa, na loja Gato Pardo, e ainda de Braga, na Conceito X, localizada na Rua Santa Margarida, a equipa só pensa em expandir o negócio. “Queremos chegar a mais pontos de venda – possivelmente em outros mercados que não Portugal – chegar a mais artesãos com ideias originais que possam contribuir para o crescimento sustentável da marca e queremos, sobretudo, consolidá-la, dando-lhe notoriedade e mediatismo porque acreditamos muito neste projeto e sentimos que quem nos conhece também fica apaixonado”, garantiu. As peças de vestuário da empresa podem ainda ser consultadas na Internet, através do portal de vendas online Urby.pt.

Os efeitos da crise, esses, não estão a merecer grandes doses de preocupação dos jovens. “A marca nasceu já em contexto de crise, o que faz com que não tenhamos uma base de comparação. Mas uma coisa é certa, se conseguimos crescer mesmo nesta altura, então acho que estamos no bom caminho”, realçou Carina Silva, que se assume uma forte defensora da criatividade, persistência e pró-atividade como estratégias de superação das dificuldades. “Os portugueses estão inertes e é preciso contrariar a tendência, somos um povo maravilhoso, altamente qualificado, que sabe trabalhar e que já deu muitas provas do seu valor”, defendeu, sublinhando que, por isso, há que pôr “mãos à obra” e lutar “com unhas e dentes” pelo país.

Texto: Mariana Albuquerque | Fotos: Self Made

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