“Em setembro de 2011, cessei a minha atividade na Prisfar, empresa em cuja criação tive oportunidade de participar. Passadas algumas semanas, de descanso e reflexão q.b., decidi avançar para um novo desafio, com a cumplicidade da Mariana Azevedo e do José Ribeiro”, contou Carlos Oliveira à Viva, reconhecendo que o setor do self care é um dos que apresenta margem de desenvolvimento no nosso país.
Self care, uma área pouco divulgada em Portugal
De uma forma simplista, explicou o general manager da Ampliphar, o self care diz respeito à “utilização e ao consumo de bens, serviços e produtos de saúde, aos quais os consumidores podem aceder, por vontade própria, não necessitando de prescrição médica”. Medicamentos de venda livre, dispositivos médicos, suplementos vitamínicos, dermocosmética e produtos de higiene e conforto integram, assim, o catálogo de venda da empresa. Desta forma, a equipa de Carlos Oliveira procura desenvolver, juntamente com farmácias e Espaços Saúde, “estratégias e procedimentos” que ajudem a enraizar hábitos de vida saudável nos consumidores.
Além de comercializar duas marcas próprias – a Win-Fit e All-in-Fit – a Ampliphar firmou parcerias de distribuição, nomeadamente com as marcas REN, Officina, AF24, Erpecalm e Hemoclin. “O nosso portefólio será enriquecido, durante o decurso de 2013, com o lançamento de marcas inovadoras, que virão a enriquecer os vários segmentos de mercado em que vão ser inseridos”, anunciou ainda o fundador da empresa.
Numa altura de evidentes dificuldades económicas, o trabalho desenvolvido pela Ampliphar não tem sido fácil. “Por todas as razões inerentes à especificidade da divulgação e comercialização dos produtos de saúde, a que acrescem as contingências e limitações atuais do mercado, o trabalho que estamos a desenvolver é duro, exigindo da nossa parte grande perseverança, espírito de sacrifício, muita criatividade e a utilização plena do know-how adquirido ao longo da nossa atividade no mercado farmacêutico”, explicou o responsável.
O desafio do negócio torna-se ainda maior numa altura em que, apesar de não haver indicadores “absolutamente seguros”, se calcula que o consumo de produtos de self care em Portugal seja “2,5/3 vezes inferior” ao do resto da Europa. Em declarações à Viva, Carlos Oliveira sublinhou que os dados nacionais podem ser explicados por várias razões, desde logo associadas “ao nível económico, cultural e social do país”. “Adicionalmente, todos os intervenientes que exercem a sua atividade nesta área de negócio têm, também, a sua quota-parte de responsabilidade”, acrescentou.
Crescer junto de clientes, fornecedores e consumidores
A definição do preço dos produtos é, neste momento, um aspeto definido com bastante cuidado pelos três sócios. “Dedicamos particular atenção à fixação dos preços dos nossos produtos, de forma a potenciar a sua aceitação junto dos consumidores, através de valores aquisitivos interessantes”, referiu o general manager da Ampliphar. Além disso, a empresa tratou de desenhar um plano de cooperação com os seus parceiros de negócio na área da distribuição, desenvolvendo ações de formação, merchandising e aconselhamento.
O alargamento da venda de medicamentos não sujeitos a prescrição médica aos Espaços Saúde foi, de acordo com Carlos Oliveira, um importante passo no processo de evolução da área das farmácias nos últimos anos. Ainda assim, notou, trata-se de um setor que enfrenta, de um modo geral, grandes desafios, devido à “perda sucessiva e crescente do volume de negócios com os medicamentos de prescrição”, que está a ameaçar a sobrevivência de muitas farmácias. “O seu desaparecimento maciço representaria uma perda irreparável para o nosso Serviço Nacional de Saúde”, sublinhou, realçando a necessidade de se apostar não só na medicina curativa mas também na preventiva.
Texto: Mariana Albuquerque
Fotos: Virgínia Ferreira
