O alerta é de um dermatologista da Associação Portuguesa de Cancro Cutâneo (APCC), que, em entrevista à Agência Lusa, citada pelo Notícias ao Minuto, sublinhou a importância de hidratar as mãos após a sua desinfeção “para que a gordura protetora retirada com a desinfeção seja reposta”.
Segundo João Nuno Maia e Silva, lavar mãos ou esfregá-las com álcool-gel é, neste momento, uma necessidade absoluta por uma questão de saúde publica. No entanto, destaca que as lavagens e o álcool retiram a gordura da pele, pelo que esta “fica mais sensível e menos tolerante ao sol”.
“Se não for hidratada e protegida, pode aumentar o efeito irritativo de uma exposição ao sol e provocar inflamação, irritação e descamação”, apontou, sublinhando que “uma pele inflamada reage ao sol pigmentando”.
O especialista realçou que há substâncias que, quando expostas à radiação ultravioleta, provocam alergias, o que acontece muitas vezes com perfumes ou com produtos com extratos de plantas, e embora não haja evidência de “qualquer reação de fototoxicidade do álcool-gel”, acredita que, como há muitos produtos no mercado, algum antissético possa ter substâncias que provoquem reações alérgicas aquando da exposição ao sol.
“As pessoas não devem deixar de usar álcool-gel, mesmo quando estão na praia”, defende João Nuno Maia e Silva, insistindo que a hidratação das mãos não deve ser esquecida. Ainda de acordo com o dermatologista, havendo exposição solar, deve ser privilegiada a utilização de protetor solar, que “ao mesmo tempo é também um hidratante e ajuda a repor a película de gordura que a desinfeção retira”.
Para os dias de maior calor, a APCC recomenda ainda o uso de chapéu e óculos, lembrando que a exposição não acontece apenas na praia. “Quem faz desporto ou trabalha no exterior deve estar sempre protegido”, completa.
