O presidente da Câmara Municipal do Porto insistiu esta quarta-feira nas críticas ao Governo por “tratamento desigual” no que respeita à aceleração do processo de testagem e de vacinação contra a covid-19, entretanto alargado a todo o território continental.
Rui Moreira considera que, apesar de o Governo ter corrigido a informação avançada na noite de terça-feira, pelo secretário de Estado Adjunto e da Saúde, António Lacerda Sales, existem “dois pesos e duas medidas” no que respeita ao controlo da pandemia.
“Não é naturalmente aceitável que, na matéria da vacinação, e a vacinação é um assunto muito sério, estejam a criar critérios territoriais, quando eles antes não foram criados. Se entenderem criar, então já deviam ter criado, porque já houve situações, felizmente não no Porto, mas noutras terras e cidades do país, onde houve problemas, e não se percebeu que tivesse havido igual preocupação”, afirmou.
Para o autarca, “o norte e resto do país são tratados de maneira diversa em relação à capital”. “Temos aqui um caso de absoluta evidência. Estas medidas que estão agora a ser flexibilizadas para Lisboa nunca foram flexibilizadas para outras zonas ou terras do país”, recordou, referindo que, sendo “o país uno”, “todos têm os mesmos direitos”.
“Em Lisboa, e bem, repito, e bem, fala-se com a Câmara Municipal de Lisboa e aqui e noutros sítios ignora-se as posições das câmaras. (…) O que não pode ser é: relativamente a uma câmara o Governo e as entidades de saúde negoceiam, [e] a nós trata-nos da maneira que trata. Recordo aquilo que aconteceu quando anunciaram a cerca ao Porto, que por acaso tinha sido um engano, ninguém tinha falado comigo”, lamentou.
No que respeita ao “mapa às cores”, Rui Moreira teceu também algumas críticas: “Se Braga, como exemplificou, está em risco de recuar nas medidas, não entendo porque, pelo contrário, quando há um problema em Lisboa mexe-se a linha vermelha”.
“O norte e o resto do país são tratados de maneira diversa em relação à capital”, denunciou o presidente da Câmara Municipal do Porto.
No que respeita às regras atualmente impostas, assegurou que não concorda com algumas delas, nomeadamente no que respeita ao encerramento dos restaurantes às 22h30. “Não vejo razão para fecharem a essa hora: aumenta a concentração de pessoas e, além disso, prejudica a atividade económica”, defendeu.