“A solução pode passar por um novo modelo administrativo. Podemos ter de repensar o modelo institucional do Coliseu, porque tal como está, como associação, e com a atual lei, a Câmara e a Área Metropolitana do Porto [dois dos acionistas maioritários, a par do Estado] estão impedidas de o financiar”, disse Rui Moreira, na reunião camarária pública do executivo.
O presidente do Coliseu, Eduardo Paz Barroso, revelou na semana passada que são necessárias obras ao nível das coberturas, do revestimento estrutural das fachadas, de climatização e de consolidação de estuques.
O diagnóstico foi feito através de uma colaboração com a Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, que apontou para uma “pré-estimativa que oscila entre os quatro e os cinco milhões de euros”, apenas para as coberturas e as fachadas, revelou o diretor. O valor duplica se se decidir pela instalação no Coliseu de um sistema de climatização, disse ainda Paz Barroso.
Rui Moreira assegurou que “não há risco iminente de ruína” no Coliseu, mas diz existir “um problema de vetustez do edifício” que tem de ser resolvido. “Acompanho a preocupação de Paz Barroso: vamos ter de encontrar uma solução para o edifício”, observou.
O presidente da Câmara falava em resposta a questões colocadas pelo vereador do PSD Ricardo Almeida, antes de o executivo aprovar, com a abstenção do vereador da CDU, a ratificação da designação de Nuno Lemos (presidente da empresa municipal Porto Lazer) e Luís Artur (deputado do PSD na Assembleia Municipal) como representantes da autarquia no Coliseu até abril de 2020.
Moreira destacou que, apesar de a autarquia e a AMP não poderem “subsidiar o Coliseu”, aquele equipamento “reduziu a zero o endividamento bancário” e terminou 2016 com resultados positivos.
Uma vez que “a Associação Amigos do Coliseu [que gere o espaço e tem o Ministério da Cultura, a Câmara do Porto e a Área Metropolitana do Porto como os três maiores acionistas] não dispõe de meios financeiros para fazer a obra”, o responsável do Coliseu do Porto considerou que “o Estado, seguramente com a participação do município do Porto, tem de desempenhar um papel importante na reabilitação do edifício”.
A 20 de dezembro de 2016, o presidente da Câmara do Porto, defendeu ser “fundamental” fazer uma alteração legislativa para a AMP conseguir apoiar financeiramente o Coliseu do Porto.
“A AMP está, por lei, inibida de contribuir para a sustentabilidade financeira do Coliseu. Não pode, sequer, pagar quota. O Estado concede um apoio ao Coliseu, mas é um apoio programático. Parece-nos fundamental haver uma alteração da lei”, declarou o autarca, na ocasião.
Em outubro, Moreira sugeriu entregar o Coliseu do Porto ao Estado, tendo em conta que, por força da lei, autarquia e Área Metropolitana do Porto (AMP) estão impedidas de o financiar.