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Rui Moreira corta relações financeiras com a Diocese do Porto: nem mais um tostão

Rui Moreira corta relações financeiras com a Diocese do Porto: nem mais um tostão

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, garantiu esta segunda-feira que não voltará a aprovar qualquer apoio financeiro à Diocese do Porto enquanto estiver em funções. A decisão surge após a resposta do bispo Manuel Linda a uma carta enviada pela autarquia, na qual se questionava a intenção da Igreja em continuar a alienar património.

A polémica foi desencadeada pelas recentes permutas de imóveis pertencentes à Diocese, incluindo 15 casas no Bairro das Eirinhas, no Bonfim, que passaram para as mãos de uma empresa de construção civil, deixando os inquilinos em risco de despejo. Também em Miragaia se registaram situações semelhantes.

Durante a reunião do executivo municipal, Rui Moreira apontou o dedo à atuação da Igreja Católica, acusando-a de incoerência. “A Igreja Católica tem hoje receitas na cidade do Porto de monumentos que são do Estado – a Sé e os Clérigos. Mas, quando é preciso arranjar a Igreja de São João da Foz ou a Matriz de Campanhã, os parocos vêm aqui bater à porta porque dizem que a Igreja Católica não tem dinheiro”, afirmou. (via Porto Canal)

Comportam-se como um agente privado

O autarca, que está de saída da liderança do município, deixou claro que não permitirá mais deliberações favoráveis a apoios à Igreja: “Até que eu saia, não haverá nenhuma deliberação que eu traga aqui ou que vote favoravelmente no sentido de contribuir com qualquer tostão que seja para a Igreja Católica, na medida em que eles deixaram de se comportar como aquilo que são para passarem a tratar-se como um agente privado que o município do Porto e o seu poder executivo não podem sequer questionar.” (via Porto Canal)

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A declaração surgiu no seguimento de um voto de protesto apresentado pela CDU, que sugeria que a autarquia manifestasse a sua “indignação” pelas permutas feitas no Bairro das Eirinhas “pondo em causa o direito à habitação dos seus moradores, sem antes ter comunicado à Câmara”.

Rui Moreira adiantou ainda que irá escrever ao Núncio Apostólico, D. Ivo Scapolo, responsável pela nomeação do bispo, para expressar “a nossa preocupação e de que a Igreja não se está a comportar como aquilo que é tradição na cidade do Porto”.

O presidente da Câmara referiu ainda que esta atitude da Diocese representa um afastamento do papel social que historicamente assumiu na cidade. “Esta matéria está a ser analisada de forma economicista como se a Igreja fosse um agente imobiliário”, afirmou, revelando também ter falado com o padre Samuel, responsável pelas finanças da Diocese, que lhe terá explicado que as permutas foram feitas “exatamente para impedir [o exercício do] Direito de Preferência”.

Fotografia: João Pedro Rocha
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