O artista Ruben Marks, nascido na Marinha Grande e emigrado durante anos na Suécia, vai assinalar 50 anos de carreira no Porto com a peça “Fatias Anacolúticas com Manteiga ou Lírios Urbanos às Rodelas com Mostarda”, que recupera “algumas cenas de espetáculos anteriores”, nomeadamente “Ai por favor não me comam os meus morangos” e “Manifesto obscuro para clarificação de alguns parabolismos”.
A primeira estreia do criador aconteceu há cinco décadas em Estocolmo, na Suécia, com a peça “Rituais”, um dos trabalhos “fatiados” para o trabalho que vai estar em cena esta quinta e sexta-feira.
A nova criação cruza o teatro, dança, música, canto e vídeo e reúne em palco três atores, quatro bailarinos e um músico, sendo os elementos cénicos criados pelo escultor José Rodrigues.
Ruben Marks celebra a dicotomia entre a realidade e o sonho e as diferentes perceções do tempo. O autor partiu do conceito de anacolútico – sem ligação, disperso, construção elíptica sem sentido – e “às rodelas” – fragmentado, fracionado, em pedaços.
Para Ruben Marks, este projeto é “um simples exercício sobre o tempo, a espera, a incerteza, a procura, o humor negro do envelhecimento, a desilusão de salvar o mundo, a ironia da morte, que é para sempre e é uma chatice”.
