A recuperação do painel, inaugurado em 1987, foi desenvolvida ao longo de seis meses, num trabalho patrocinado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Para o também professor da Faculdade de Belas Artes da U. Porto, a obra adquire um “significado político sobretudo nos tempos de hoje em que o povo é tão maltratado quotidianamente”. O crítico recordou ainda que, antes do painel de azulejos, Júlio Resende fez “uma espécie de instalação” com “grandes superfícies de papel de cenário, sobre as quais pintou num tempo absolutamente recorde uma quantidade de figuras a que chamou ‘Ribeira Negra’” e que serviriam como estudos para os painéis encomendados pela Câmara do Porto. Atualmente exposta de forma permanente na Alfândega do Porto, a obra é, nas palavras de Bernardo Pinto de Almeida, “um momento altíssimo da arte portuguesa”.
