
Abril de 2019 é data apontada pelo presidente da Câmara do Porto para o início da obra de requalificação do Matadouro, que deve ficar concluída “no prazo de dois anos”.
“Esperamos ter o contrato em junho. Iremos enviar para o Tribunal de Contas, num processo que esperamos que possa decorrer em dois meses. Depois, temos um prazo mínimo de projeto de sete meses, ou seja, até março. A perspetiva é lançar obra em abril de 2019 com prazo previsto de dois anos”, revelou esta terça-feira Rui Moreira.
O autarca acrescentou estar em causa “um investimento total 40 de milhões de euros, dos quais 36 milhões” serão para a “obra prevista”.
A reconversão do Matadouro foi adjudicada à Mota Engil. O projeto de arquitetura, da responsabilidade do japonês Kengo Kuma, prevê “uma grande cobertura” que vai unir o antigo edifício a um novo imóvel, bem como uma passagem pedonal por cima da Via de Cintura Interna (VCI). De acordo com a informação divulgada pela autarquia na passada terça-feira, o projeto escolhido, com investimento “inteiramente privado”, prevê “áreas para a instalação de empresas”, mas também para museus (o Museu da Indústria ficará lá sediado), “reservas de arte, auditórios, espaços expositivos e equipamentos sociais”.
Esta terça-feira, na reunião camarária pública em que apresentou o projeto à vereação, Rui Moreira agradeceu “o envolvimento do arquiteto Jorge Garcia Pereira” no que a autarquia entendeu como “mais importante” no processo, ou seja, a “preparação do programa” do concurso.
“Este foi um processo iniciado com o vereador [da Cultura] Paulo Cunha e Silva [entretanto falecido], com a colaboração de muita gente. Devo salientar também a importância da Junta de Freguesia de Campanhã. A feitura de programa pretendia juntar vários vetores, ligando a cultura, a sustentabilidade social e a economia”, explicou o autarca.
O vereador do PS Manuel Pizarro elogiou o cumprimento de “um programa essencial para a cidade do Porto no seu conjunto mas também de um projeto âncora de promoção de desenvolvimento da zona oriental”, acrescentando que “A ligação à estação de metro, ao estádio do Dragão e ao centro comercial são essenciais e são sinal de modernidade”.
“Desde há muitos anos que olho para o matadouro como uma gigantesca oportunidade. Finalmente vai ver a luz do dia”, notou.
Manuel Pizarro considera que a intervenção no Matadouro constitui ainda uma “oportunidade para a Câmara olhar para toda aquela zona e criar um programa global de reformulação”, designadamente nas zonas de São Roque e Corujeira.