
Em Baltar, mais concretamente na porta nº 24 da Rua Professor José Meireles da Cunha, mora o restaurante “República das Francesinhas”. Em entrevista à VIVA, a proprietária falou-nos sobre o espaço que é tão conhecido pelo sabor divinal deste prato portuense que dá nome ao restaurante.
Para quem não conhece a “República das Francesinhas”, qual é a história do espaço?
A República das Francesinhas começou a ser projetada no início de 2019 e abriu as portas, pela primeira vez, em julho de 2019. Nós, Cátia e Carlos (casal), já trabalhávamos na área da restauração desde 2012 (tínhamos um restaurante com um conceito de refeições económicas, mas que servia umas francesinhas). A crescente procura por esta iguaria nesse restaurante e o cansaço da exigência do dito “prato do dia” fez-nos refletir sobre o futuro. Porque não abrir um restaurante apenas direcionado para a nossa iguaria tão apreciada? E assim foi, procuramos um espaço mais pequeno que fosse só para os dois. Podemos afirmar que a República das Francesinhas está pejada de pormenores, com especial destaque para a loiça de barro preto onde servimos as iguarias. Sou apaixonada por estas lindas peças de arte, pois, além de embelezar as francesinhas, também contam a história da cultura nacional. O espaço onde nasceu, pela primeira vez, a República das Francesinhas tornou-se muito pequeno para a elevada procura. Por isso, tivemos de procurar um novo espaço (o atual) e, após uma obra a fundo, reabrimos em junho de 2022. Um espaço novo, com a mesma marca e a mesma essência.

Como foi feita a escolha do nome?
O espaço comercial que escolhemos já existia com o nome “República”. Como forma de aproveitarmos o logótipo, achamos engraçada a ideia de acrescentar o “das Francesinhas”… é quase como dizer: “Tomem a liberdade de provar e deliciar-se com as nossas maravilhosas francesinhas.” E, na nossa opinião, o nome funciona muito bem!
O que mais costumam servir?
Apesar do nome da casa ser mais sugestivo e apelativo para francesinha, não nos limitamos a servir única e exclusivamente essa iguaria. No menu, podem encontrar outras opções, tais como: cachorro especial, Burguesinha (com molho de francesinha, mas em versão hambúrguer), Pica-Pau, Prego em prato. Aqui, as crianças também têm uma grande variedade de escolha, indo ao encontro dos seus gostos preferidos: Mini prego, Douradinhos ou Hambúrguer. Para quem não aprecia molho e prefere algo mais leve, também temos um menu de sandes: Cachorro, Hambúrguer, Prego em pão.

Qual é o grande ex-líbris do restaurante?
Em termos gastronómicos, um dos grandes ex-líbris é mesmo o nosso molho, que dá aquele toque de “comer e chorar por mais” às nossas iguarias. Mesmo depois de finalizarem a sua refeição, é muito recorrente o cliente solicitar mais batata e mais molho, dizem ser “viciante”. Por esse motivo, quando mudamos de espaço, escolhi mesmo o slogan “Mais molho, por favor”, uma vez que era essa frase que mais ouvia na cozinha no antigo espaço.Se o primeiro destaque considero ser o molho, a segunda posição é ocupada pela batata frita caseirinha. “Molhinho e batatinha deixam o cliente com a barriga satisfeitinha”. Questionam: “E então onde fica a francesinha?” Respondo que a francesinha é mais do mesmo em todas as casas de francesinha: pão, carne, enchidos, queijo, fiambre e por aí fora. Daí não destacar a iguaria em si, mas sim o molho, uma vez que se diferencia entre as várias casas de francesinha. Alguns podem ser muito semelhantes, mas nunca iguais. No que concerne ao espaço físico da República das Francesinhas, quem entra na porta depara-se com uma decoração “contadora de histórias”: académicas, familiares e nacionais. Sou licenciada em Geografia. Tinha de ter o “Mundo” na minha vida profissional, e o mesmo está representado por um grande relógio vintage de parede. A mota que se encontra exposta é uma lembrança eterna do meu pai. Era um dos amores dos olhos dele, pelo que nunca me quis desfazer dela. Mas, para mim, o que me enche de orgulho, aquele orgulho que me provoca um sorriso de orelha a orelha e um brilho nos olhos, é mesmo a louça onde são servidas as iguarias: louça de barro preto. O preto da louça e o alaranjado do molho resultam numa perfeita combinação e união de cores e sabores.

O que distingue este estabelecimento dos da mesma temática?
Personalização das iguarias. Vamos mais além de servir uma “simples iguaria”, procuramos satisfazer diferentes gostos. A título de exemplo, o menu é composto pela “francesinha mãe”, mas dentro dela é possível personalizar ao gosto de cada um: substituir o bife de vaca por frango ou fêvera, o queijo por fiambre, sem pão, sem tampa, sem enchidos. Ufa, nunca pensei que houvesse tantas opções de francesinha! Se acham ser impossível, na República das Francesinhas, tudo é possível. Importa ainda destacar:
- Variedade no menu infantil
- Opção de meia francesinha ou dupla
- Francesinha vegetariana/vegan (bife de soja, enchidos vegans e molho 100% vegan)
Que capacidade tem a vossa sala atualmente?
A República das Francesinhas dispõe de duas pequenas salas: a primeira tem capacidade para 52 pessoas e a segunda para 28 pessoas. No entanto, às sextas-feiras e sábados, servimos mais de 200 refeições, evidenciando a elevada procura pela nossa especialidade. Ao longo destes quase 6 anos de existência, também é notório o significativo aumento do take away.
Têm planos para o futuro que possam ser divulgados?
O nosso negócio é familiar e ambos temos origens de famílias muito humildes. Todos os investimentos foram sempre muito ponderados. Quando me questionam sobre a possibilidade de abrir um novo espaço, respondo: “um mágico, que é mágico, não consegue fazer a magia acontecer ao mesmo tempo em diferentes espaços.”