
O anúncio do investimento privado de oito milhões de euros para fazer do pavilhão Rosa Mota um espaço “com vida todos os dias”, que se espera concluído em maio de 2019, avança a Lusa, foi feito no pavilhão desenhado pelo arquiteto Carlos Loureiro há cerca de 60 anos durante a apresentação do projeto de arquitetura do consórcio Porto Cem Porcento Porto, composto pela construtora Lucios, a Pev Entertainment (40%) e a Oliveira Santos Consultores (10%).
Depois das obras, o Rosa Mota vai ficar dotado das “mais modernas e recentes tecnologias”, com bancadas retrateis e versatilidade para acolher feiras, espetáculos para 8.660 pessoas, eventos desportivos para 5.580 pessoas e um centro de congressos para 4.727 pessoas com salas de apoio que totalizam mais 1.400 lugares, revelou à lusa, Filipe Azevedo, da Lucios.
O responsável explicou ainda que a obra vai renovar todo o interior do pavilhão, mantendo intacta a estrutura de betão, nomeadamente as janelas emblemáticas que caracterizam a cúpula do edifício.
No interior, refira-se, cada uma das janelas vai ser dotada de um mecanismo que, quando necessário, impeça a entrada de luz, já que esse é um imperativo para a realização de determinados eventos, acrescentou.
Quanto à polivalência que se pretende dar ao espaço, Filipe Azevedo esclareceu que o pavilhão pode receber eventos de andebol para uma assistência de 4.908 pessoas, de ténis, com 5.244 lugares, de basquetebol, voleibol ou hóquei.
Segundo o responsável, o Rosa Mota é “um equipamento único no país para fazer congressos de grandes dimensões”, estando projetada uma sala principal com lotação máxima para 4.727 pessoas e, no piso zero, “cerca de três salas de apoio”, cada uma com capacidades entre os 400 e os 500 lugares.
Relativamente aos espetáculos, o recinto terá a capacidade de acolher 8.660, 7.323 e 5.772 pessoas, dependendo do posicionamento do palco.
A organização de feiras e exposições permite a criação de 3.110 lugares e a disponibilização de 2.370 metros quadrados de “área livre”.
Jorge Silva, da PEV Entertainment, notou que a expectativa do consórcio é fazer com que o pavilhão Rosa Mota seja “uma referência da cidade” e assegurou que a programação “não será alheia a toda a programação cultural” do Porto e da região.
O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, notou que o projeto do consórcio, que vai ficar com a concessão do pavilhão por 20 anos, se limita ao interior do pavilhão, mantendo intactos os jardins do Palácio de Cristal, onde a câmara “já investiu 1,2 milhões de euros”.
O autarca destacou que já foi “lançado o concurso” que vai permitir a ligação mecanizada entre a zona do Rosa Mota e a Alfândega e que a futura linha Rosa do metro do Porto vai ter “duas estações nas imediações” do pavilhão.
O parque de estacionamento atualmente existente é uma “concessão externa” que se vai manter, com 453 lugares de estacionamento.
Nos termos do contrato assinado entre a câmara e o consórcio, este obriga-se a reabilitar o pavilhão Rosa Mota “no prazo de dois anos, sem qualquer construção nos jardins e sem alterar a configuração do edifício exteriormente”, revelou a autarquia a 15 de maio, acrescentando que a empresa “pagará quatro milhões de euros à câmara pela utilização e exploração do equipamento durante 20 anos”.
A autarquia aprovou a 8 de novembro entregar a reabilitação do Rosa Mota ao Porto Cem Porcento Porto, que numa primeira fase foi excluído do concurso mas contestou judicialmente a decisão.