
Objeto da tese de doutoramento em Estudos Artísticos da encenadora que quis apresentar um trabalho sobre o teatro “enquanto transformador e meio de reinserção destes grupos de discriminação”, a peça leva cinco meses de preparação “sempre em contexto prisional”, disse à agência Lusa Luísa Pinto.
Cinco homens e três mulheres, reclusos e reclusas dos estabelecimentos prisionais de Santa Cruz do Bispo, juntaram-se a quatro atores e músicos profissionais para ensaios sempre às segundas-feiras em que tiveram de “baixar à condição dos reclusos, sendo revistados, ficando incontactáveis e ensaiando sempre com barulho de fundo”, descreveu Luísa Pinto.
Da autoria de Helder Wasterlain e João Maria André, a peça conta com as participações de Fernanda Lapa, Fernando Soares, João Melo, Mário Moutinho e de Nuno Meireles e Rui David na interpretação musical.
Da peça, a atriz Fernanda Lapa disse esperar que os reclusos “levem a mensagem de esperança, motivação e de autoestima”, para além da possibilidade de “representarem e serem acarinhados pelo público e de virem a conhecer-se a si mesmos através do que tem de dar em representação”.
“O filho pródigo” vai estar em cena quinta e sexta-feira, a partir das 21h30, sendo no primeiro dia seguido de uma tertúlia.
O evento enquadra-se na iniciativa “Quintas Nómadas” que se iniciaram em setembro de 2016 e acontecem todos os meses sempre às quintas-feiras, no MIRA – artes performativas (Rua Miraflor, 155).