“Um libreto para ficarem em casa seus anormais” chega esta sexta-feira (21h30) ao Campo Alegre e permanece até sábado (19h). Tendo como referência a versão original (“Tivessem ficado em casa seus anormais”), do dramaturgo argentino Rodrigo García, Albano Jerónimo, que é também encenador, apresenta esta sua criação com a companhia TN21.
Mas atenção que, nesta coprodução do Teatro Municipal do Porto, a companhia teatronacional21 parte desse texto mas não se circunscreve a ele. Cruza um outro imaginário, o do cineasta Werner Herzog na sua obra-prima “Fitzcarraldo: história de um alemão melómano”, que leva a cabo uma empresa de exploração de borracha para gerar lucro que lhe permita realizar o seu sonho, que consiste em construir um Teatro de Ópera na Amazónia.
Aqui, Albano Jerónimo ‘cozinha’ estes dois universos para tecer a sua própria ficção: interpretar uma espécie de Fitzcarraldo que procura montar uma ópera em Portugal.
A fúria desta ópera combate a seriedade mórbida das máscaras sociais e a cristalização dos “lugares comuns”.