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Queixas sobre compras online disparam

Queixas sobre compras online disparam

Entre 1 de janeiro e 31 de maio, o Portal da Queixa registou um aumento exponencial do número de reclamações no setor do comércio eletrónico: foram recebidas mais de 18 mil queixas, uma subida de 132% comparativamente com o período homólogo, onde se registaram 7787 reclamações.

Foi ainda registado um crescimento significativo de reclamações (131%) no setor de entregas de correio expresso: 8369 queixas no mesmo período de 2020, comparativamente com 3625 reclamações registadas em 2019.

Para Pedro Lourenço, CEO do Portal da Queixa, “foi curioso verificar que, nos períodos em análise, o aumento exponencial de reclamações relativas ao comércio eletrónico está perfeitamente alinhado com o mesmo crescimento no setor de entregas de correio expresso, evidenciando que o aumento das compras através de canais digitais, veio criar muitos constrangimentos em toda a cadeia de valor”.

Segundo indica o comunicado enviado à VIVA!, os principais motivos na origem das reclamações dirigidas às empresas de entregas de encomendas e correio expresso prenderam-se com atrasos nas entregas, encomendas extraviadas ou arremessadas para a entrada do prédio sem garantia de receção por parte do destinatário, devoluções por indicação de morada incompleta com dados corretos e compradores em casa por obrigação com encomendas devolvidas por indicação de que ninguém atendeu.

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Se a crise causada pela Covid-19 veio acentuar a necessidade dos consumidores recorrerem aos canais digitas para comprar online, “esta procura massiva veio evidenciar que as marcas não estavam preparadas para dar resposta ao aumento repentino de encomendas, tendo falhado na logística e na entrega das compras aos consumidores, facto que terá criado vários constrangimentos em toda a cadeia de valor, colocando em causa a confiança e o crescimento futuro do setor”.

“Os consumidores viram no comércio eletrónico a possibilidade de manterem satisfeitas as suas necessidades, o que provocou uma enorme pressão juntos das marcas que vendem online. Na realidade, verificou-se que as marcas não estavam minimamente preparadas para um aumento abrupto de encomendas. Esta circunstância pouco normal para a época, revelou que os procedimentos e a metodologia têm de ser urgentemente melhorados, pois do ponto de vista de logística da entrega de encomendas, as marcas falharam”, considera o CEO do Portal da Queixa.

“Ou seja, os consumidores insurgem-se contra as marcas porque pagam e não há stock ou quando existe stock mas não é entregue”, resume o responsável.

Pedro Lourenço considera que a pandemia de Covid-19 e o confinamento dos portugueses vieram modificar para sempre o comportamento dos consumidores. “Nada será como dantes, mesmo com o regresso à ‘normalidade’ das compras nas lojas físicas, os consumidores perceberam as vantagens e benefícios da compra à distância. Os maiores problemas não estiveram do lado dos consumidores, mas da inadaptação das marcas à crescente procura online. Agora, o setor do comércio eletrónico necessita de ganhar a confiança dos consumidores, como forma de potenciar novos negócios em época de crise, combatendo uma crise interna de reputação gerada pela incapacidade de prestar um serviço de entregas de acordo com o mínimo padrão de qualidade expectável e exigido.”

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