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“O Mandarim” de Eça dá asas a peça que sobe ao palco do Teatro Nacional São João

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A obra de Eça de Queirós “O Mandarim” é o pano de fundo da peça encenada por Gonçalo Amorim, que estará em exibição, no Teatro São João, a partir desta quinta-feira e até ao dia 19 de junho. “Nunca Mates o Mandarim” pretende ser “uma crítica à ganância”.

Sentado numa poltrona, rodeada por um amontoado de livros, a personagem principal, Teodoro, um homem de classe média que ambiciona ter um melhor nível de vida, vai comendo uma iguaria chinesa, enquanto reflete sobre a sua própria condição e existência.
Partindo do paradoxo do filósofo Rousseau, presente na novela de Eça, Teodoro tem um encontro com o diabo, que o convence de que “na longínqua China, um endinheirado mandarim deixaria uma fortuna a quem o matasse”, bastando para isso que premisse “um pequeno botão de uma campainha em Paris”, lê-se em comunicado.
Teodoro, definido como um homem com “baixos valores morais, capaz de matar o próximo para seu benefício”, deixa-se levar pela possibilidade de jantar em restaurantes caros e conhecer belas mulheres, fugindo assim à sua vida “rotineira, frustrada, monótona e risível”.
Gonçalo Amorim explicou que “há um mundo a que o dinheiro permite aceder e que se tivermos 500 euros por mês não é possível. A moralidade presente na peça é: será isso realmente importante?”.
Para o encenador, este espetáculo questiona o “que há de humano no progresso” e acrescenta que a arte pode ter um papel político para nos “recentrar filosoficamente”.
A peça, adaptada por Rui Pina Coelho, é “um misto de farsa moralizante e sátira filosófica”, que serve para ilustrar que o “crime não compensa”, visto que Teodoro, “apesar de rico e de conseguir tudo o que sempre quis”, debate-se constantemente com a sua consciência, refere o comunicado.
O espetáculo conta com a participação da banda de rock FERE, que acompanha a narrativa e “os estados interiores de Teodoro”, e com o trabalho de vídeo de Granpa’s Lab.
Esta peça resulta de uma coprodução entre o Teatro Experimental do Porto e o Teatro Nacional São João e pode ser vista à quarta-feira, às 19h, de quinta-feira a sábado, às 21h e, aos domingos, às 21h.

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