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“Público” despede 48 trabalhadores

“Público” despede 48 trabalhadores

A concretizar-se, este despedimento de quase 30 jornalistas é o mais recente episódio de uma profissão que tem visto aumentar o desemprego de forma galopante nos últimos tempos. Só este ano houve despedimentos de jornalistas no semanário “Sol” e no grupo Impala, entre outros. O fantasma do desemprego também assombrou em 2012 a TSF e a agência Lusa que, ainda este mês, protestou contra cortes e eventuais despedimentos. Agora, é no jornal “Público” que são anunciados cerca de 30 previsíveis despedimentos na classe profissional.
Andando para trás, e segundo os números do Sindicato dos Jornalistas, entre 2009 e 2011, pelo menos 516 jornalistas tiveram de recorrer a subsídios de desemprego, devido a processos de despedimento ou rescisões. Num olhar sobre 2011, os dados do Sindicato apontam para um agravamento desta realidade, com um aumento de 16,5% nos novos pedidos de subsídio de desemprego em relação ao ano anterior. Isto tendo apenas em conta os pedidos que deram entrada na extinta Caixa de Previdência e Abono de Família dos Jornalistas, uma vez que os números reais serão maiores: o Sindicato desconhece quantos processos deram entrada nos centros regionais de Segurança Social, nos quais estão inscritos jornalistas ao serviço de empresas que não são contribuintes da antiga Caixa de Previdência, assim como profissionais irregularmente classificados com outras funções nas empresas.

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“Despedimentos vão afetar qualidade da informação”
O despedimento de jornalistas, que tem vindo a aumentar nos últimos anos, é preocupante e vai, inevitavelmente, afetar a qualidade da informação, adverte o presidente do Observatório da Imprensa, em entrevista à Renascença. No dia em que foi conhecido que a Sonaecom quer dispensar 48 trabalhadores do “Público”, Joaquim Vieira reconhece que “a situação do jornal não estava muito saudável”, mas considera “um pouco inesperada a dimensão do despedimento”. O presidente do Observatório da Imprensa afirma que os “media” enfrentam duas crises: a económica e financeira, que está a provocar uma quebra das receitas publicitárias, e outra “crise geral dos ‘media’ convencionais”, em particular das publicações em papel, devido à ascensão do online e à revolução digital.
Joaquim Vieira não tem dúvidas de que a redução de pessoal nas redações vai afetar a qualidade dos conteúdos jornalísticos: “As pessoas vão passar a ter menos informação, a ter uma informação de pior qualidade e menos opções informativas. Acho que isso é terrível, é mau para a cidadania, para a sociedade e para a democracia, de uma forma geral”, afirma o presidente do Observatório da Imprensa. O jornalista Adelino Gomes, que esteve na fundação do “Público”, diz que a notícia dos previsíveis despedimentos neste jornal de referência é um “murro no estomâgo”, que vai deixar o país “mais pobre” em termos informativos.

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