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Proposta alternativa para o TGV? Eis o parecer de Gaia e Porto

Proposta alternativa para o TGV? Eis o parecer de Gaia e Porto

A nova proposta para a linha de Alta Velocidade (LAV), apresentada pelo consórcio responsável pelo projeto, está a gerar reações dos dois lados do Douro. Vila Nova de Gaia acolhe positivamente as alterações sugeridas ao traçado, enquanto o Porto reivindica um papel ativo na validação da solução final.

Do lado de Gaia, a autarquia considera que a proposta cumpre os critérios urbanos e técnicos exigidos, destacando a minimização do impacto na malha urbana e nas propriedades afetadas.

De acordo com a autarquia gaiense, a nova localização da estação, uma alternativa à prevista em Santo Ovídio, é vista como mais favorável em termos de inserção urbana, reforçando a mobilidade na zona sul da Área Metropolitana do Porto (AMP) e aproximando-se da futura linha Rubi do metro.

A Câmara sublinha ainda a importância da articulação entre a estação da alta velocidade e o sistema de metro, em particular com as linhas Amarela e Rubi, considerando essa integração uma condição essencial para o sucesso da solução. O projeto é encarado como estratégico a nível local e nacional, tanto pela sua relevância na descarbonização dos transportes como pelo seu impacto no desenvolvimento regional.

Porto exige envolvimento e comenta profundidade da estação

A proposta do consórcio inclui também uma mudança significativa na travessia do Douro que prevê a substituição da ponte de dois tabuleiros por duas pontes autónomas, com menor impacto visual. No entanto, este novo desenho terá de ser validado por várias entidades, incluindo a Câmara do Porto.

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Rui Moreira, presidente da autarquia portuense, lembrou que o projeto original foi fruto de um processo de concertação alargado e defendeu que qualquer alteração ao traçado deve ser tecnicamente avaliada antes de ser politicamente decidida. O município ainda não foi formalmente informado das alterações, mas o autarca garantiu que “o Porto terá uma palavra a dizer”.

Em tom crítico mas com algum humor, Rui Moreira comentou ainda a localização da futura estação em Gaia: “A estação de Gaia, que logo depois tem de levar uma estação de metro, é tão funda, tão funda, tão funda, que provavelmente vai ter uma saída para a Nova Zelândia, porque fazem no sítio mais improvável em termos orográficos.” (via JN)

Ambos os municípios reconhecem a importância da Alta Velocidade para a região e para o país. Gaia propõe ainda que, sempre que possível, sejam adquiridas faixas suplementares de terreno ao longo da linha, sem construção, para permitir a criação de um “eixo verde”, um parque linear com ciclovia, que ajude a mitigar o efeito-barreira da infraestrutura.

A proposta apresentada pelo consórcio insere-se dentro do corredor delimitado pelo concurso internacional lançado pelo Estado. A decisão final caberá agora ao Governo e à Infraestruturas de Portugal (IP), a quem compete validar as alterações e garantir que estas respeitam os prazos e termos de referência da obra.

Imagens: Alta Velocidade Grupo Portugal
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