
Nuno Santos, adjunto do autarca portuense, avançou à Lusa que “serão lançados ainda durante este mandato” os primeiros concursos com vista à criação deste “polo de atração económico e cultural transformador, com um considerável impacto na coesão social e territorial”.
Os detalhes do projeto vão ser apresentados internacionalmente esta quinta-feira, em Milão, Itália, no âmbito da 21.ª Trienal de Artes, Design e Arquitetura, e depois no Porto, em data ainda a anunciar.
“O projeto está a ser delineado desde o início do mandato e foi muito impulsionado pelas ideias de Paulo Cunha e Silva (vereador da Cultura que morreu em novembro) e Rui Moreira. Cruza os três pilares da candidatura e da governação de Moreira: coesão social, economia e cultura”, descreveu Nuno Santos.
O adjunto de Moreira acrescenta ainda que o futuro do antigo matadouro de Campanhã “tem vindo a ser trabalhado há mais de um ano por uma equipa multidisciplinar da autarquia liderada por Rui Moreira”.
Na candidatura apresentada em setembro do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano (PEDU) do Porto ao Programa Operacional Regional Norte 2020, a Câmara do Porto explica que pretende dotar o matadouro de espaços de incubação de empresas, estúdios de novos media, lazer, investigação, gastronomia, arte contemporânea e residências, transformando o equipamento numa âncora da revitalização da zona de Campanhã.
De acordo com o documento, apresentado numa reunião camarária de dezembro, o equipamento “deverá articular múltiplas valências”, nomeadamente nave multiusos com plateia retrativa, depósito visitável de coleções de arte contemporânea e uma nave terminal onde se deverão cruzar as diversas disciplinas artísticas com o tecido e as práticas sociais da área envolvente”.
A apresentação do projeto do Matadouro na Trienal de Artes, Design e Arquitetura de Milão é fruto de uma parceria com a Escola Superior de Artes e Design (ESAD), explicou o adjunto de Rui Moreira.
Segundo a mesma fonte, a iniciativa associa-se ao lançamento da publicação Porto Before Porto, “que explica o projeto de arquitetura, as principais linhas de programação do Matadouro, reunindo ainda dois ensaios sobre a cidade comissariados ao escritor Valter Hugo Mãe e ao curador João Laia”.
“Esta publicação acompanha a revista PLI Arte e Design, editada pela ESAD”, acrescenta.
O Pavilhão de Portugal na Trienal de Milão tem este ano uma área de 225 metros quadrados e situa-se no Museu Nacional da Ciência e Tecnologia Leonardo da Vinci.