O país, neste último ano, teve enormes prejuízos materiais e humanos, causados pela seca, inundações, fogos e tempestades.
Devido a isso, a equipa responsável pela ‘startup’ iClimate – Vítor Teixeira, investigador do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) e Mário Marques, especialista em Climatologia, Alterações Climáticas, Riscos Naturais e Ordenamento do Território -, que conta já com largos anos de experiência de observação e acompanhamento dos fenómenos climáticos, quis desenvolver um projeto para suprir a necessidade de usar o conhecimento climático atual e futuro, prevendo quais os impactos que este tem na atividade humana.
“Em Portugal, atualmente, as pessoas e as instituições estão desanimadas com a falibilidade das previsões dadas pelos organismos tradicionais. Não existe previsão que vá além dos dez a 15 dias, nem informações de indicadores ligados às diferentes áreas de negócio, que são de extrema relevância para ajudar na tomada de decisão”, indicou à Lusa Vítor Teixeira.
De acordo com o engenheiro eletrotécnico, até à data, as pessoas usam a informação das previsões do tempo a “muito curto prazo”, na maior parte das vezes para saber o que vestir no dia seguinte.
“Imagine-se o que se poderá mudar em termos de comportamento se se souber o padrão de tempo dali a três meses”, notou.
A plataforma desenvolvida pela ‘startup’ iClimate possibilitará aos utilizadores obter dados sobre as previsões climáticas e a indicadores ligados ao seu negócio, minimizando assim os riscos associados ao processo de decisão, explicou Vítor Teixeira.
Esses serviços poderão ser utilizados por departamentos de compras, para aquisição de bens e produtos, como o cacau, o açúcar, o gás, o crude e o trigo, tendo em consideração o aumento ou as perdas de produtividade, causadas por fenómenos meteorológicos.
Na agricultura, os serviços poderão ser usados para decidir qual a melhor altura para plantar e semear ou para gerir melhor a água, enquanto na indústria têxtil possibilita aos utilizadores saber quando devem efetuar a troca das coleções, ligadas às estações do ano (primavera, verão, outono e inverno). Poderá ser igualmente utilizado na área da construção civil, para reduzir custos e aumentar a produtividade e os negócios locais, bem como no setor da energia.
De referir que a iClimate Advisor foi uma das 10 startups apoiadas pela 2ª edição do Startup Porto Accelerator (SPA), o programa de aceleração organizado pela Associação Nacional de Jovens Empresários (ANJE) e pelo INESC TEC.
Quarta-feira 20 Dezembro, 2017
Projeto do Porto disponibiliza previsões climáticas a médio e longo prazo
A iClimate , uma ‘startup’ do Porto, está a desenvolver uma plataforma que possibilitará aos utilizadores obter dados sobre as previsões climáticas, a médio e longo prazo, e a indicadores ligados ao seu negócio. Permitirá ainda ajudar instituições e autarquias a decidir atempadamente sobre o auxílio às populações.