O projeto, atualmente em fase de formações e contactos com parceiros, será lançado formalmente no mês de setembro e inclui uma plataforma ‘online’ – canal essencialmente pictórico e com conteúdos em português, inglês, francês e língua gestual – onde a comunidade surda de todo o mundo poderá encontrar pacotes turísticos e/ou requisitar os serviços de um intérprete de língua gestual por uma semana, um dia ou uma hora.
“Não somos guias turísticos. Não é isso que pretendemos. Mas estando um guia no espaço que oraliza, o intérprete, por seu lado, pode fazer o acompanhamento em língua gestual”, disse à Lusa Ana Bela Baltazar, a mentora deste projeto.
A responsável apontou como objetivo não só o apoio ao turista surdo, mas também o combate ao mito de que basta entregar um folheto a uma pessoa surda para que esta já consiga acompanhar a visita.
O projeto está a ser pensado incluindo Língua Gestual Portuguesa e Gestos Internacionais, que são uma aproximação à Língua Gestual Americana, uma língua mais expressiva, que usa mais o corpo e tem aspetos característicos e que acaba por ser um elo comum e frequente na comunidade surda quer portuguesa, quer estrangeira.
Além do acompanhamento nas visitas, o projeto irá incluir a sensibilização de funcionários de espaços turísticos, nomeadamente através do ensino de frases como ‘bom dia’ ou ‘precisa de alguma coisa?’ em Gestos Internacionais.
O “Hands to Discover” vai partir do Porto, e logo do Norte de Portugal, mas o grupo de intérpretes pretende chegar ao Centro e Sul do país também.
Os responsáveis já reuniram com o Turismo de Portugal, bem como com entidades culturais, hotéis e restaurantes e pretendem “em breve” apresentar a ideia “cidade a cidade” junto das autarquias locais.