
A Associação Democrática de Defesa dos Interesses e da Igualdade das Mulheres (ADDIM) vai implementar o Projeto Beija Flor, que ambiciona promover uma cultura de não-violência junto das crianças e adolescentes, ajudando-os a construir relações afetivas sociais assentes no respeito pelo outro.
Refira-se que a iniciativa abrangerá 800 crianças e jovens das escolas do Grande Porto, do pré-escolar ao secundário.
Este projeto resulta de um protocolo assinado pela ADDIM, na Presidência do Conselho de Ministros, no âmbito de uma candidatura de apoio técnico e financeiro às Organizações Não-Governamentais de Mulheres para atividades de promoção da igualdade de género. Na cerimónia de assinatura marcaram presença a presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género, Teresa Fragoso, e a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro.
O Projeto Beija Flor “pretende dar continuidade ao trabalho que tem sido desenvolvido pela ADDIM no sentido de consciencializar e esclarecer as crianças e jovens em relação a questões de género, cidadania e violência. Tem ainda como objetivo dotar os mais jovens de conhecimentos que possibilitem o desenvolvimento da inteligência emocional e alertá-los para as consequências negativas da violência e perigos existentes”, revela nota enviada às redações.
Este é o quinto ano em que a ADDIM apresenta um projeto de prevenção primária, onde são abordadas as várias formas de violência expressas em contexto escolar, onde os primeiros comportamentos violentos tendem a surgir entre as crianças. “Como tal, é crucial uma intervenção/prevenção primária. Muitos adolescentes subscrevem mitos que legitimam a violência. Por isso, torna-se fundamental promover uma formação correta das mentalidades e tão cedo quanto possível”, pode ler-se na nota.
Para Carla Branco, presidente da ADDIM, “é da maior importância a implementação de projetos que combatam as discriminações e promovam a igualdade de oportunidades e direitos entre todos os cidadãos e cidadãs”, frisando ainda que é “fundamental a desconstrução da cultura de violência, dotando os jovens de estratégias alternativas, não violentas, para se relacionarem de forma saudável e exercerem uma cidadania activa e responsável”.
Ao longo dos últimos cinco anos de intervenção, a ADDIM trabalhou com cerca de 2000 crianças e jovens e os resultados foram muito positivos, registando-se claras mudanças discursivas e comportamentais no decorrer das sessões. Algumas das temáticas abordadas foram a violência no namoro, o bullying, a violência on-line, os direitos humanos, os direitos das crianças, cidadania e igualdade de género ou a resolução de conflitos.