Marco Martins, atual presidente da Câmara de Gondomar, foi eleito por unanimidade para liderar a Transportes Metropolitanos do Porto (TMP) durante uma reunião do Conselho Metropolitano, onde todos os 12 autarcas presentes manifestaram apoio à sua nomeação. A sua presidência começará em janeiro, e Martins expressou agradecimento pela confiança, ressaltando a complexidade do processo de criação da empresa.
Responsabilidades e Desafios da Nova Estrutura de Transportes
A TMP terá a responsabilidade de gerir a rede de transportes Unir e o sistema de bilhética Andante, além de coordenar as funções de mobilidade atualmente sob a responsabilidade da Área Metropolitana do Porto (AMP). No seu discurso, Martins realçou a necessidade de restaurar a operação e recuperar a confiança dos cidadãos da região. Também reconheceu o trabalho de figuras-chave como Avelino Oliveira, Cristina Pimentel e Sara Lobão no desenvolvimento do concurso público que levou à criação da TMP.
Com um toque de humor, Marco Martins comparou o estado atual dos transportes na área a um grande desafio, referindo-se à sua experiência como bombeiro e comissário da Proteção Civil. A eleição de Martins também incluiu a nomeação de Carla Vale e Luís Osório como vogais da TMP, com uma estrutura que contará com representantes da Câmara do Porto e da STCP na mesa da assembleia-geral.(via Porto Canal)
Até o final do ano, Martins irá liderar a comissão instaladora da TMP, iniciando os preparativos para as operações formais da nova empresa. A criação da TMP, discutida desde 2020 e aprovada em novembro de 2023, está prevista para contar com cerca de 60 colaboradores, incluindo três administradores. Além disso, a TMP integrará as funções do TIP, que atualmente gerencia o sistema Andante em colaboração com a CP, Metro do Porto e STCP.
Com um capital social de dois milhões de euros, totalmente subscrito pela AMP e dividido entre os 17 municípios da região, a TMP também criará dois órgãos consultivos: o Conselho de Mobilidade Metropolitana e o Conselho Consultivo das Tecnologias para a Mobilidade.
Marco Martins, que assumiu a Câmara de Gondomar em 2013, está no seu último mandato, o que significa que não poderá recandidatar-se. O mesmo referiu que está a preparar um período de transição para a sua saída, garantindo que o trabalho na autarquia continue após a sua partida.
Embora, segundo o Porto Canal, Martins tenha expressado otimismo sobre a formalização da empresa em janeiro, o mesmo reconheceu que pode haver desafios e atrasos. Neste momento, não há garantias concretas de quanto tempo levará para a empresa iniciar as operações. Martins sublinhou a importância de garantir que os horários de transporte sejam cumpridos e mencionou a necessidade de um sistema de controle online para monitorizar os percursos dos autocarros.
A longo prazo, Marco Martins defende uma estrutura de transporte que se assemelhe às grandes metrópoles europeias, o que exigirá tempo e será um desafio para as próximas gerações. A sua visão inclui a criação de uma única entidade responsável pela gestão do transporte, ao invés de vários operadores que apenas se unam na questão da bilhética.