
O júri da 2.ª edição do Prémio Paulo Cunha e Silva decidiu premiar os seis finalistas – Basir Mahmood, Firenze Lai, Lebohang Kganye, Shaikha Al Mazrou, Song Ta e Steffani Jemison – e repartir o valor monetário de 25.000 euros por todos.
Os vencedores do prémio de artes visuais criado pelo Município do Porto para artistas com menos de 40 anos foram conhecidos esta quarta-feira, 11 de novembro, precisamente no dia em que se assinalam cinco anos desde a morte de Paulo Cunha e Silva, médico, crítico de arte, curador de arte e vereador na Câmara Municipal do Porto (2013 2015), que marcou intensamente a cultura em Portugal e ao qual a CMP dedicou este prémio como homenagem.
Devido às restrições decorrentes da situação pandémica, o júri, composto por Isabel Lewis, John Akomfrah, Margarida Mendes e Shumon Basar, não teve oportunidade de visitar a exposição apresentada na Galeria Municipal do Porto (GMP) e avaliar presencialmente a obra dos finalistas por si nomeados.
“Estas condições excecionais não permitiram igualmente que, antes da abertura da exposição, os seis finalistas pudessem instalar ou acompanhar a montagem das suas obras no espaço expositivo. Deste modo, os jurados consideraram que não foram reunidas as condições ideais para a atribuição do vencedor da segunda edição do prémio, tendo decidido por conseguinte dividir o prémio monetário pelos seis finalistas”, indica a autarquia.
Os finalistas agora vencedores são, nas palavras dos quatro jurados, “vozes – estéticas, éticas, técnicas – que articulam o momento atual, ou pressentem até o que está para vir”.
A exposição que reúne as obras dos vencedores da 2.ª edição do Prémio Paulo Cunha e Silva pode ser visitada até domingo, 15 de novembro, na Galeria Municipal do Porto. No fim de semana, devido à implementação das novas medidas de recolher obrigatório, a GMP estará aberta apenas entre as 10h e as 12h30.
A entrada é livre, estando sujeita ao limite máximo de 30 pessoas e demais regras de higiene e segurança atualmente em vigor.
Sobre os artistas:
Basir Mahmood (Paquistão) recorre ao vídeo, ao filme e à fotografia para refletir sobre elementos sociais e históricos enraizados no quotidiano.
Firenze Lai (Hong Kong) tenta expressar, nas suas pinturas e desenhos, estados de perceção expandida.
A artista Lebohang Kganye (África do Sul) funde personagens fictícias com personagens “reais” para criar histórias, incorporando escultura, instalação e filme.
A escultura é também o meio de eleição de Shaikha Al Mazrou (Emirados Árabes Unidos), artista fascinada pela materialidade na arte, que trabalha a cor e a forma para criar arranjos geométricos e abstratos.
Song Ta (China) procura antagonizar as fronteiras estabelecidas entre definições de arte comercial e institucional com obras que exploram a conduta quotidiana de certos grupos da sociedade.
Steffani Jemison (Estados Unidos da América) aborda, no seu trabalho, a privacidade e a opacidade como estratégias de abstração e de resistência política.
Foto: Dinis Santos | CM Porto