
Os projetos urbanísticos para as zonas da Lapa e Lordelo do Ouro, no Porto, preveem a criação de novas frentes urbanas e estipulam “a criação de parques de proximidade”. Na Lapa, vão nascer dois parques urbanos – com 19 e 16 mil metros quadrados de extensão.
Os estudos urbanísticos, que a Câmara do Porto está a desenvolver para as zonas da Lapa/Bouça e Lordelo do Ouro, no âmbito da revisão do Plano Diretor Municipal (PDM), foram apresentados na reunião de Executivo Municipal de segunda-feira pelo arquiteto Paulo Vieira.
O vereador do Urbanismo, Pedro Baganha, fez um resumo dos dois projetos que serão ajustados aos objetivos do futuro PDM. Assim, ambos partilham a “preocupação da coesão sócio territorial” e a “tentativa de coincidir áreas verdes em locais onde a presença da água é predominante”, pelo que estipulam “a criação de parques de proximidade”, aliada à “densificação da estrutura ecológica municipal”, refere o portal de notícias da autarquia.
Os projetos preveem a criação de novas frentes urbanas, envolvendo “a construção de novas áreas residenciais”. Para colmatar a rede viária existente, serão criados novos arruamentos já previstos no atual PDM, “não excluindo a hipótese de novas propostas de arruamentos”. Além disso, é manifesta a “preocupação da qualificação do espaço público” nas duas zonas, salientou o vereador, citado pelo Porto..
No que diz respeito ao projeto para a zona da Lapa/Bouça – “o centro geométrico da cidade do Porto”, localizado entre a Boavista e a Praça da República -, pretende-se “agir sobre 65 mil metros quadrados”. Uma das prioridades da intervenção passa pelo “reforço da atratividade do transporte coletivo”, através de uma ligação pedonal mais favorável à estação de metro da Lapa, abolindo os “caminhos de terra batida” e prevendo uma nova passagem à cota da linha de metro. De referir a melhoria substancial dos acessos pela Rua de Cervantes e da Rua de Alves Redol.
O projeto contempla a criação de um parque urbano com 19 mil metros quadrados de extensão, que prevê a revitalização da Ribeira de Vilar (entubada na Rua de Cervantes), a construção de mais habitação e equipamentos de proximidade e novas acessibilidades que interliguem “a zona da Bouça, Rua da Boavista, Antero de Quental, Barrão de Forrrester e Damião de Góis”.
O investimento estimado é de 2,2 milhões de euros e o vereador Pedro Baganha estima que, “depois de virem à posse da Câmara todos os terrenos”, a obra possa arrancar daqui a 18 meses.
Para a zona da Quinta de Santo António, incluída no projeto da Lapa, pretende-se também construir mais habitação, comércio e serviços, uma residência de estudantes e um segundo parque urbano. Segundo explica o Porto., Pedro Baganha lamentou que o Estado – a quem pertence a maior parte do edificado desta zona (cerca de 78%) – , “por enquanto, não tenha consentido libertar do Centro Corretivo, imóvel que possibilitaria dar continuidade entre as duas áreas verdes equacionadas: esta e a da Lapa”.
O estudo urbanístico para Lordelo do Ouro prevê a construção de cinco blocos de habitação, “dois deles marcadamente de construção em altura”, contabilizando-se “entre 300 a 320 fogos”, T2 e T3, adiantou o arquiteto Paulo Vieira, segundo o Porto..
O projeto contempla ainda a “conclusão do sistema viário de Diogo Botelho com a sua paralela”, assim como a reestruturação viária e urbanística de toda a área. Procura ainda “a valorização do espaço público e áreas verdes”, através do desentubamento da Ribeira da Granja e da criação de um parque de proximidade.
“Depois de lançados os concursos para as equipas de projetistas, para os projetos e para a empreitada, a obra propriamente dita, que deverá corresponder a um investimento municipal de 46 milhões de euros (32,5 milhões de euros para habitação), deverá iniciar-se por volta do final de 2021”, avança o portal de notícias da Câmara do Porto.