
No âmbito do Programa de Arte Urbana do Porto, a Ágora – Cultura e Desporto do Porto desafiou o artista Godmess a conceber um mural no Campo 24 de Agosto, onde em tempos ficava a Arca de Água de Mijavelhas. O resultado é um tributo às mulheres que transportavam e vendiam água pelo Porto.
A Arca de Água de Mijavelhas é um reservatório de água construído no século XVI, situado no então Campo de Mijavelhas, atual Campo 24 de Agosto.
O reservatório fornecia água às fontes e chafarizes da cidade, para servir os portuenses que não tinham poço. Era também aí que se abasteciam as aguadeiras, mulheres que transportavam e vendiam água pelo Porto e que estão agora homenageadas num mural de arte urbana, criado pelo artista portuense Godmess.
“Nesta poesia visual através de uma linguagem pictórica contemporânea, o artista reencontra o passado e o presente de um mesmo lugar. Na cor da cidade e dos seus espaços um percurso circular dos mananciais de outro tempo que corre nos corpos até ao mar numa simbiose entre a natureza e a mulher”, aponta o texto descritivo do mural.
A reconstrução da antiga arca onde se armazenava a água pode ser vista no mezanino da estação de metro do Campo 24 de Agosto.

Também na Rua de Oliveira Monteiro já pode ser visto um mural da autoria do artista portuense Oker. “Juntos” é o título da intervenção, que se enquadra “bem no período que todos estamos a viver por estes dias”, salienta a Ágora.
De referir que os murais foram concebidos no âmbito do Programa de Arte Urbana do Porto. Inaugurado em 2014, o programa pretende contribuir para a divulgação e sensibilização da produção criativa da arte urbana, incentivando a sua prática num enquadramento institucional autorizado. Desde então, já foram realizadas mais de 80 intervenções artísticas no espaço público da cidade.
Em dezembro de 2020, a Câmara do Porto anunciou um conjunto de novas intervenções artísticas no espaço público da cidade.
Com curadoria do artista portuense Hazul, o programa conta com novas obras no mural coletivo da Restauração, intervenções em paredes na Rua da Alegria e na Travessa da Senhora da Luz, em postos de transformação da EDP e ainda a disponibilização de uma parede legal no Viaduto de Santa Luzia.
Fotos: Godmess e Ágora