
A Câmara do Porto analisa, esta terça-feira, o protocolo de cooperação a estabelecer com o Município de Gaia para a construção da sétima ponte sobre o rio Douro.
O protocolo constitui o “arranque formal do processo” da nova ponte e “desencadeará uma série de procedimentos, como a elaboração de estudos de impacte ambiental e de mobilidade mais aprofundados, elaboração de cadernos de encargos e programas de concursos ou pedidos de pareceres”, adianta, segundo a agência Lusa, o presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, na proposta a apresentar na reunião de executivo de terça-feira, dia 19 de junho.
De recordar que, a 12 de abril, as câmaras do Porto e de Vila Nova de Gaia anunciaram a construção de uma ponte sobre o Douro, à cota baixa, que vai ligar Oliveira do Douro (Vila Nova de Gaia) e Campanhã (Porto), numa obra de 12 milhões de euros, inteiramente financiada pelas duas autarquias.
De acordo com o documento em análise na terça-feira, os dois municípios avançam para a nova ponte porque “estão de acordo com a urgência de criar uma nova travessia rodoviária à cota baixa, que possa retirar trânsito automóvel dos dois centros históricos, desviando-o para zonas de expansão e diminuindo a pressão onde ela é mais evidente”.
No Porto, a travessia “contribuirá para a estratégia de intervenção que está a ser implementada na sua zona oriental, baseada numa forte aposta na reabilitação urbana e em projetos urbanos estruturantes”, como a reabilitação do Matadouro Municipal ou a construção do Terminal Intermodal de Campanhã.
A Câmara de Vila Nova de Gaia já analisou o protocolo no início de junho e o presidente da autarquia, Eduardo Vítor Rodrigues, afirmou então que o processo está em “velocidade de cruzeiro”, prevendo-se que “entre outubro e novembro esteja pronto o procedimento para lançar concurso para o projeto”.
A nova travessia terá 250 metros, ficará à entrada do vale de Campanhã e, em Gaia, estará junto ao Areinho. Terá ligação para trânsito rodoviário e transporte público, passagem pedonal e ciclovia, prevendo-se que esteja concluída no prazo de três a quatro anos.
Os dois municípios anunciaram que a ponte será batizada com o nome D. António Francisco dos Santos, em homenagem ao bispo do Porto que morreu em setembro do ano passado.
No entanto, o nome escolhido suscitou a oposição da Associação Ateísta Portuguesa e da associação cívica República e Laicidade, que preferiam uma ponte com o nome do cineasta Manoel de Oliveira.