
A cidade do Porto volta a assinalar o 25 de Abril com um programa vibrante e gratuito, pensado para todas as idades. As celebrações da Revolução dos Cravos, divididas entre a noite de quarta-feira (24) e o feriado de quinta (25), têm como epicentro a Avenida dos Aliados e prometem juntar música, tradição e memória.
Organizado pela empresa municipal Ágora em conjunto com a Comissão para as Comemorações Populares do 25 de Abril, o programa inclui concertos, fogo de artifício, jogos tradicionais e uma homenagem aos resistentes antifascistas.
24 de abril: Capicua, Carlos Paredes e o habitual fogo de artifício
As comemorações arrancam às 22h00 de quarta-feira, nos Aliados, com uma homenagem a Carlos Paredes, no ano do centenário do seu nascimento. O trio formado por Agustin Lassalle (guitarra clássica), Ângelo Santos (clarinete baixo) e Eduardo Baltar Soares (guitarra portuguesa) interpreta temas como “Porto Santo”, “Dança dos Camponeses” ou “Portugalicia”.
Logo depois, às 22h15, Capicua sobe ao palco para apresentar o seu novo álbum, Um gelado antes do fim do mundo, num concerto com selo portuense. A noite prossegue às 23h40 com o Coral de Letras da Universidade do Porto, fundado em 1966, que volta a marcar presença nas celebrações antes do tradicional fogo de artifício da meia-noite.
25 de Abril: Liberdade em marcha e a música como manifesto
Na manhã do feriado, a Praça do General Humberto Delgado recebe, a partir das 10h00, jogos tradicionais para todas as idades. Mais tarde, às 14h30, junto à antiga sede da PIDE (Largo Soares dos Reis), decorre a habitual homenagem aos resistentes antifascistas. Dali parte o Desfile da Liberdade, com destino aos Aliados, atravessando algumas das principais artérias do centro da cidade.
A música regressa ao palco principal às 15h00 com o projeto Cantar Abril, protagonizado por utentes da Associação dos Albergues Noturnos do Porto e técnicos de intervenção social. O grupo vai reinterpretar canções da revolução e dos direitos humanos sob o lema “Se Abril se cumprisse, o nosso teto não era a rua”.
Segue-se, às 16h00, uma intervenção da Comissão para as Comemorações Populares do 25 de Abril e, logo depois, às 16h15, os Retimbrar encerram o programa com um concerto-baile de música tradicional portuguesa, revisitando temas menos conhecidos de José Afonso e Carlos Paredes — um convite à dança e à celebração coletiva da liberdade.