O Plano Municipal de Arborização da Câmara do Porto vai definir o que plantar, substituir ou descontinuar, tendo vista as alterações climáticas.
O concurso público com vista ao desenvolvimento do Plano Municipal de Arborização já foi publicado em Diário da República. O prazo de execução é de 13 meses e o valor base é de 90.859 euros.
Qualidade técnica da proposta (30%), qualidade da equipa técnica afeta ao projeto (50%) e preço (20 %) são os critérios que serão tidos em conta na adjudicação.
A Câmara do Porto explicou à Lusa, segundo o Sapo24, que o Plano Municipal de Arborização vai refletir sobre a situação existente, e tirar o melhor partido desta para evoluir para um programa de plantações e substituições, de curto, médio e longo prazo, que permita melhorar as funções e os serviços de ecossistemas gerados pelas árvores (suporte, provisão, regulação e culturais).
O plano dará ainda informação acerca dos novos tipos de arborização a criar, bem como dos tipos de arborização a manter, a substituir ou a descontinuar.
Todas as opções de plantação terão como preocupação permanente contribuir ativamente para adaptar a cidade e a suas infraestruturas às alterações climáticas, mitigando as disfunções climáticas, como aumento de tempestades, inundações urbanas ou fenómenos extremos de frio e calor, entre outros, salientou a autarquia à Lusa.
De referir que a Câmara do Porto lançou também um concurso público com vista à contratação de serviços de assessoria especializada para a criação e valorização das árvores e florestas urbanas nativas.
Com um preço base de 79 mil euros, o procedimento pretende desenvolver e prestar apoio à implementação de soluções que promovam, entre outros parâmetros, a biodiversidade. Pretende ainda contribuir para a valorização dos solos, redução do consumo de energia, o aumento da capacidade de armazenamento de carbono e o respeito pelo ciclo natural da água.
De acordo com a autarquia, um dos projetos-bandeira que encabeçam a estratégia do município nesta área é o “FUN Porto – Florestas Urbanas Nativas no Porto”. O projeto promove o conhecimento sobre e a expansão das florestas urbanas no Porto. “Porque as árvores fazem bem ao território, às pessoas e à economia da cidade”, lê-se na página da autarquia.
Dois dos eixos de intervenção do projeto referem-se à plantação no Porto de 10.000 árvores em jardins e quintais privados e à criação de uma Rede de Biospots, uma rede de áreas de floresta urbana dominantemente autóctone. A primeira fase será constituída por 14 áreas que se distribuem ao longo de uma área de 17 hectares, em eixos de circulação principais como a Via de Cintura Interna (VCI), nomeadamente nos nós de Francos, Regado, Freixo, entre outros, bem como a Quinta de Salgueiros (junto ao Estádio do Dragão).
Destaque ainda para o “Porto BioLAB – Quinta de Salgueiros”, o primeiro bosque urbano nativo prestador de serviços de ecossistemas (e espaço de estudo).
“Cada árvore plantada na cidade é um pequeno contributo para a melhoria da qualidade do ar, a redução da temperatura na cidade em picos de calor, o sequestro de carbono, a regulação da água, a conservação do solo, a promoção da biodiversidade. Ao mesmo tempo, cada árvore aumenta a capacidade de memorização, atenção e concentração e reduz os níveis de stresse dos citadinos”, assinala o portal da autarquia, na secção dedicada ao “FUN Porto – Florestas Urbanas Nativas no Porto”.
Foto: Filipa Brito | CM Porto