A Polícia Judiciária (PJ) revelou ter apreendido em Vila Nova de Gaia um “importante acervo documental” que fará parte do espólio da extinta PIDE/DGS, a polícia política do Estado Novo. O material tinha sido colocado à venda na internet.
“Tratam-se de documentos relevantes e de um conjunto superior a setecentos negativos de clichés fotográficos, aparentemente de fichas biográficas de indivíduos identificados por aquela antiga Polícia, classificados pelo nome e respetiva alcunha”, refere o comunicado da PJ.
“Para além dos negativos, integrando resenha datiloscópica [processo de identificação humana por meio das impressões digitais], constitui ainda o lote um dossier/inquérito de recolha de informação datilografado e um livro manuscrito de registos de nomes”, acrescenta a nota.
Segundo explica a PJ, o alerta foi dado pelos serviços da Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas (DGLAB), após o material ter sido colocado à venda na internet.
Os documentos, apreendidos a um particular, vão agora ser “objeto das competentes perícias forenses e determinação de autenticidade”.
“De acordo com a Lei 4/91 de 17 de janeiro, o arquivo da extinta PIDE/DGS foi integrado no Arquivo Nacional da Torre do Tombo, pelo que todos os núcleos documentais que integrem tal arquivo e se encontrem dispersos devem ser remetidos ao Arquivo Nacional”, relembra a PJ.
A operação foi levada a cabo pela Polícia Judiciária, através da Diretoria do Norte, com a colaboração da Diretoria de Lisboa e Vale do Tejo e da DGLAB.
Foto: Polícia Judiciária
