
Um entendimento aprovado esta segunda-feira, dia 17 de fevereiro, pela Assembleia Municipal do Porto, permitirá encerrar um processo judicial que se arrastava há anos e, ao mesmo tempo, promover intervenções na mobilidade e no ambiente da cidade.
A decisão envolve a cedência de uma parcela de terreno junto à Ribeira da Granja e uma permuta com a empresa Civilria, maior proprietária da zona, para viabilizar a requalificação do espaço (via Câmara do Porto).
Segundo a autarquia portuense, a proposta, que já tinha sido validada pelo Executivo, obteve o aval da maioria dos partidos. A CDU, no entanto, optou pela abstenção. O terreno em questão situa-se entre as ruas de S. João do Porto e de Grijó e foi integrado no domínio público em 2002.
Com a aprovação desta medida, será possível criar uma nova ligação viária entre a Rua de Grijó e a Rua de Serralves, além da construção de um parque verde ao longo da Ribeira da Granja e de uma bacia de retenção para prevenir inundações. A responsabilidade por estas infraestruturas caberá à Civilria.
Durante a discussão do tema, o vice-presidente da Câmara, Filipe Araújo, esclareceu que o projeto está alinhado com o objetivo municipal de implementar bacias de retenção ao longo da Ribeira da Granja, o maior curso de água da cidade. O deputado José Maria Montenegro, do movimento “Rui Moreira: Aqui Há Porto”, destacou que o acordo resolve um impasse de longa data e traz benefícios em diversas áreas.
Outros representantes políticos também se manifestaram. Alfredo Fontinha, do PS, classificou o acordo como positivo para a cidade. Manuel Monteiro, do PSD, frisou que a solução ajudará a resolver um litígio de duas décadas, beneficiando assim a população local. O próprio destaca ainda que assim se abre o “bairro da Pasteleira à VCI”.
Já Rui Sá, da CDU, criticou a falta de detalhes sobre a proposta, enquanto Elisabete Carvalho, do Bloco de Esquerda, e Paulo Vieira de Castro, do PAN, destacaram o impacto ambiental positivo do projeto, sobretudo na recuperação da ribeira e na criação de novas áreas verdes.
Com este passo, a Câmara Municipal avança na resolução de um problema antigo e prepara o terreno para melhorias estruturais que poderão ter impacto duradouro no Porto.