Ao longo do ano, a Universidade do Porto vai celebrar a memória e o legado do “docente, do investigador e do pensador que partiu do estudo do corpo para a compreensão da cidade”.
“Uma figura luminosa para a Universidade do Porto e para a cidade” e que continua a ser uma referência para o futuro. Razões que motivaram a escolha de Paulo Cunha e Silva para Figura Eminente da U.Porto 2019.
“O antigo estudante e professor do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar (ICBAS) e da Faculdade de Desporto (FADEUP) da U.Porto, produtor cultural e ex-vereador da Cultura da Câmara Municipal do Porto”, falecido a 11 de novembro de 2015, “junta-se assim ao leque restrito de personalidades eméritas que a instituição vem homenageando ao longo da última década”, anuncia a instituição.
”Polinizando os mais diferentes palcos culturais com a sua corporologia e defendendo a criação artística como meio de exploração e criação de futuro, Paulo Cunha e Silva afirmou-se como um crítico e um influenciador do pensamento de dimensão nacional”, justifica a Universidade.
Até final do ano, o programa multidisciplinar comissariado por Manuel Janeira e Teresa Lacerda vai “homenagear o pensador do futuro, convocando múltiplos territórios e atores em aproximações oblíquas e travessas, ao gosto do Professor Cunha e Silva”. Propõe-se “não apenas assinalar, reconhecer e divulgar o seu pensamento, mas também dar futuro à sua obra”, grande parte dela ainda desconhecida do grande público, explica a U.Porto.
Batizado como o ano “Caosar” (Paulo Cunha e Silva defendia que “o caos é a mais bela assinatura do mundo”), o programa – que será dividido em 16 momentos (Dobras), a decorrer em vários locais da cidade e da Universidade – tem início com a exposição “À Volta do Ato Médico”, que será inaugurada esta quarta-feira, 3 de abril, na Reitoria da U.Porto. Com base numa proposta original que o próprio Paulo Cunha e Silva apresentou à Universidade, a mostra tem como foco a atenção que o médico deve ao doente. Estará patente ao público até 7 maio.
Para assinalar o momento, nesse dia terá também lugar uma mesa redonda com a participação do presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, do reitor da Universidade do Porto, António de Sousa Pereira, e de José Barros, docente do ICBAS e diretor clínico do Centro Hospitalar do Porto. A sessão será moderada por Fátima Vieira, vice-reitora da U.Porto com o pelouro da Cultura.
Também nesse dia a Universidade do Porto “passa a ter em pleno centro da cidade novas salas de exposições e um auditório multifunções, com programação regular ao longo de todo o ano, aberta ao público em geral”.
Mas comemorações da Figura Eminente da U.Porto 2019 vão incluir mais exposições, conferências, conversas, concertos, performances e edições.
As celebrações vão passar, ainda este mês de abril, pela FADEUP (dia 10) e pela Casa Museu Abel Salazar, onde será recriada (de 15 de abril a 25 de maio) a primeira exposição – “As cores do corpo” – comissariada por Paulo Cunha e Silva, em 1990, no âmbito do centenário do nascimento daquele que foi uma das suas grandes inspirações: o médico, professor e investigador Abel Salazar (1889-1964).
“Momento marcante do ano promete também ser a exposição ‘Pensamento. Performance. Conhecimento’ que estará em exibição a partir de 12 de junho, na FADEUP. Partindo de uma das expressões utilizadas por Paulo Cunha e Silva (‘Ora vamos lá baralhar isto tudo’), esta exposição bibliográfica propõe-se a cruzar e promover todas as disciplinas com a arte para um entendimento do mundo”, salienta ainda o portal de notícias da U.Porto.
Em novembro e dezembro serão editadas duas obras que prometem lançar novas luzes sobre o pensamento de Paulo Cunha e Silva e o modo como este “lançou pontes improváveis sobre todas as disciplinas”.
Também no âmbito da homenagem, a U.Porto vai abrir candidaturas (de 15 de abril a 30 de junho) para a construção de um “Depósito” de memórias sobre Paulo CUnha e SIlva, as quais darão origem a um site e uma exposição virtual.