, apostando na compreensão de todos os seus componentes – flora, fauna, clima, arquitetura rural, usos, costumes e hidrografia. O espaço integra também uma valência de recuperação de animais selvagens, encontrados feridos ou detidos ilegalmente em cativeiro, além de um viveiro que produz, anualmente, milhares de plantas, de mais de 300 espécies.
O crescimento em termos de novos espaços e a adaptação da programação aos diferentes públicos foram importantes vitórias registadas por Telma Cruz, responsável pelo setor de educação ambiental, ao longo do processo de evolução do Parque Biológico. Aliás, durante a apresentação do programa comemorativo do aniversário do equipamento, o presidente da autarquia de Gaia, Luís Filipe Menezes, sublinhou exatamente o grande desenvolvimento do projeto ambiental gaiense, sobretudo na última década. “Depois de eu ser presidente da câmara, os sonhos e a competência de técnicos como Nuno Oliveira [presidente do conselho de administração do parque] conseguiram colocar de pé um projeto único no país, que é, numa década, passarmos de 3,5 m2 de espaços verdes por habitante para quase 10m2, o que significa mais parques urbanos e a ampliação daquele que é uma referência nacional na educação ambiental – o Parque Biológico”, sublinhou o social-democrata. “Temos, em meio urbano, a primeira reserva natural reconhecida pelo Estado e pela União Europeia – o Estuário do Douro – e estamos, em fase final de mandato, a construir novos parques citadinos, numa lógica única no país”, acrescentou.
Segundo Nuno Oliveira, também administrador das Águas de Gaia, “nada melhor do que criar novos espaços” para comemorar os 30 anos do Parque Biológico. Por isso, já estão agendadas as iniciativas integradas nas celebrações 
do aniversário. No próximo dia 21 de março, às 18:00 horas, o parque acolhe a ante-estreia nacional do filme “José Bonifácio”, integrado no projeto “Raízes da História Natural de Portugal”. De salientar que a iniciativa, desenvolvida pelo equipamento desde 2008, visa reunir publicações antigas sobre história natural de Portugal e das ex-colónias portuguesas, com as quais o parque tem protocolos de cooperação.
No dia seguinte, às 11:00 horas, o município vai celebrar a abertura do Centro Interpretativo do Património da Afurada, seguindo-se, a 2 de abril, a visita inaugural ao Parque da Quinta das Devesas e, por fim, no dia 5 de maio, a inauguração do Parque da Ponte Maria Pia, agendada para a mesma hora. Antes da abertura deste último espaço, o programa de aniversário abrange a apresentação de uma monografia alusiva aos 30 anos do Parque Biológico de Gaia, no dia 20 de abril, às 11:00 horas.
Parque Biológico de Gaia: a evolução
A necessidade de existência de um equipamento deste tipo começou a evidenciar-se a partir dos anos 70, numa altura em que as escolas e outras instituições pediram às Associações de Defesa do Ambiente e outros organismos de Conservação da Natureza a organização de aulas de campo e visitas de estudo a locais adequados. Assim, começaram a ser realizadas ações de contacto com a natureza em locais como o Parque Nacional de Peneda-Gerês, a Reserva Natural das Dunas de S. Jacinto e a Barrinha de Esmoriz. Contudo, a maior parte dos espaços não se encontrava dotada de centros de acolhimento, percursos marcados, informação e equipamentos para o desenvolvimento das atividades. Assim, em 1982, a Câmara de Gaia propôs a abertura de um parque numa quinta que acabava de ser comprada para a instalação do horto municipal, inaugurando-o no ano seguinte, depois de visitas realizadas a espaços semelhantes espalhados pela Europa.
Texto: Mariana Albuquerque | Fotos: Virgínia Ferreira
