
A informação do autarca surgiu em resposta às reivindicações da Associação Bolha d’Água, representante dos comerciantes do mercado histórico, que participou na sessão camarária pública para lembrar que, “em 20 anos, o Bolhão teve quatro projetos, quatro presidentes e nada [de obra]”.
Na reunião, Rui Moreira disse à associação de comerciantes que serão chamados a uma reunião quando houver datas e detalhes mais concretos sobre o avanço do projeto, estando a autarquia à espera que passe a época do São João.
“Está lançada uma empreitada que vai avançar agora com o desvio do rio. As obras não vão exigir deslocalização [dos comerciantes], vão criar condicionamentos no espaço público externo”, afirmou Rui Moreira.
A Câmara do Porto anunciou em fevereiro que as obras subterrâneas necessárias para requalificar o mercado começavam no verão, com a intervenção de uma tuneladora para desviar uma linha de água da futura cave técnica no edifício.
“A Câmara decidiu iniciar os trabalhos subterrâneos logo que possível numa empreitada prévia à do restauro, adiantando, assim, o calendário”, descrevia a autarquia.
Quanto à intervenção no edifício, o município dizia que seria alvo de “um concurso público internacional a lançar nos próximos meses”.
Apresentado a 22 de abril, o projeto de requalificação do Bolhão é da autoria do arquiteto Nuno Valentim e prevê a construção de uma cave logística (para cargas/descargas e áreas técnicas) no subsolo e a construção de um túnel de acesso com início na rua do Ateneu Comercial do Porto.
A Câmara recebeu no fim de janeiro o parecer vinculativo da Direção-Geral da Cultura que permite requalificar o mercado do Bolhão e, segundo disse Rui Moreira na altura, o concurso público para a execução da obra seria lançado até ao início de abril.
A requalificação do Mercado do Bolhão está avaliada em 27,086 milhões de euros, tendo a Câmara contabilizado neste orçamento os gastos com a recuperação da envolvente do imóvel, a instalação do mercado temporário e a construção do túnel de oito metros de largura e quatro de altura entre as ruas do Ateneu Comercial e Alexandre Braga, de acesso ao piso técnico do futuro Mercado do Bolhão.