A coleção Miró, composta por 85 obras do pintor catalão Joan Miró (1893-1983), acaba de ser classificada como conjunto de bens de interesse público.
“As 85 obras de Joan Miró ora classificadas constituem um conjunto heterogéneo de criações realizadas ao longo de seis décadas, com recurso a diversos materiais, técnicas e suportes, incluindo, entre outros, óleos, aquarelas, desenhos, colagens e peças escultóricas, representando uma extensa e variada amostragem da obra do artista catalão”, lê-se no despacho de classificação, publicado em Diário da República, que adianta que este grupo de peças possui “indubitavelmente grande qualidade e valor artístico, constituindo um testemunho inestimável da larga e multifacetada produção de Joan Miró”.
De acordo com o diploma, a coleção “reflete os critérios definidos no regime de classificação e inventariação dos bens móveis de interesse cultural, em particular os relativos ao carácter matricial dos bens, ao génio do respetivo criador, ao seu valor estético e técnico intrínseco, e à sua importância na perspetiva da sua investigação histórica, às circunstâncias suscetíveis de provocarem diminuição ou perda da sua integridade”.
De salientar que o Estado Português cedeu a Coleção Miró ao município do Porto pelo período de 25 anos, que, posteriormente, entregou à Fundação Serralves a guarda, conservação, valorização e divulgação das 85 obras do criador espanhol.
O último protocolo estabelecido, reflete, segundo a Câmara Municipal, “o compromisso [da autarquia] do pagamento anual de 100 mil euros mais IVA a Serralves, mais o investimento de um valor máximo de um milhão de euros, igualmente acrescido de IVA, de «todas as obras de ampliação, remodelação ou conservação que se revelem necessárias»”.
Desta forma adianta, num comunicado divulgado na sua página oficial, que a Casa de Serralves vai ser alvo de obras de adaptação para receber a Coleção Miró. As obras em causa avançam no próximo mês de agosto e deverão estar concluídas no próximo ano, estando a reabertura prevista para o outono, sublinhou o gabinete de imprensa da Fundação de Serralves, à Agência Lusa.
