PUB
recheio 2025 2º

Obra de Josefa de Óbidos já está em exposição na Misericórdia do Porto

Obra de Josefa de Óbidos já está em exposição na Misericórdia do Porto

PUBLICIDADE - CONTINUE A LEITURA A SEGUIR
O quadro da pintora Josefa de Óbidos adquirido pela Santa Casa da Misericórdia do Porto (SCMP) num leilão realizado em Nova Iorque foi apresentado na passada sexta-feira, com a presença do presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, e com o ministro da Cultura, João Soares, e deverá juntar-se ao seu par, presente no Museu do Louvre, em Paris, no âmbito de uma exposição temporária, disse o provedor, António Tavares.

A obra “A Sagrada Família com São João Batista, Santa Isabel e Anjos”, adquirida por cerca de 250 mil euros para o Museu da Misericórdia do Porto (MMIPO), foi leiloada ao lado de quadro de pintores de renome internacional tais como Jerónimo Bosch, Van Dickens ou Rubens.
António Tavares lembrou que a presença da obra é importante para a instituição, para a cidade do Porto e para Portugal, uma vez que “é um quadro que estava fora do país e que regressa agora”.
“Geralmente o que assistimos é a obras de arte a saírem do país e esta é um regresso a casa e portanto é um momento de particular significado e para o nosso museu também porque passa a ter um ponto de atração mais forte que se junta à coleção que temos aqui e que se enquadra na dinâmica e temática do museu”, disse o provedor.
O par deste quadro pertence ao Museu do Louvre e há agora a possibilidade de haver uma parceria entre as duas instituições, de modo a haver uma exposição das duas obras. “Quando abrir a sala de Portugal no Louvre é previsível que este quadro vá para lá para estar numa exposição temporária de pintura portuguesa e é previsível que alguns outros quadros do Louvre possam cá vir para participar em exposições temporárias também”, afirmou António Tavares.
O provedor assinalou que “é importante esta associação entre um grande museu com nome mundial e um museu que começou agora” como é o Museu da Misericórdia do Porto.
O responsável disse que a ambição do museu passa pelo reforço do acervo museológico, mas, acima de tudo, pelo “abrir as portas a uma forma de cultura que assenta na solidariedade, que tem um referencial que são as pessoas”.
Presente no leilão em Nova Iorque, a representar o museu portuense e o provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto, esteve o galerista Filipe Mendes, também presente na sessão no Porto, que tinha apelado a vários museus portugueses para a compra desta obra datada de 1678 e que, no ano passado, tinha adquirido um quadro da mesma pintora, para doar ao Museu do Louvre.
Na altura, Filipe Mendes reiterou que “A Sagrada Família com São João Batista, Santa Isabel e Anjos” é a obra que formaria par com “Maria Madalena confortada pelos Anjos”, que arrematou há quase um ano, também na Sotheby’s, por 269 mil dólares, e que já entrou no museu do Louvre.
Durante a apresentação no Museu da Misericórdia, o presidente da Câmara Municipal do Porto, Rui Moreira, agradeceu à Misericórdia do Porto a aquisição da obra de Josefa de Óbidos, reiterando a importância do gesto para a vida cultural do Porto e do país.
O autarca portuense disse que ações como esta dignificam a identidade cultural portuguesa e, que assim sendo, iria propor ao executivo camarário que seja feita uma doação de 15 mil euros para a aquisição do quadro de Domingos Sequeira pelo Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa.
O presidente da Câmara disse que tal contribuição é feita “esperando, naturalmente, poder reivindicar no futuro que este princípio de solidariedade territorial se aplique também quando [o Porto é] recetor”.
“Daremos a nossa contribuição e a nossa contribuição será a contribuição correlativa ao peso dos cidadãos do Porto, considerando que custa 600 mil euros e que nós somos 2,5% da população nacional, a nossa contribuição, que irei propor, será de 15 mil euros”, afirmou Rui Moreira.
O ministro da Cultura mostrou também o seu profundo agradecimento à Misericórdia do Porto e à cidade pela aquisição do quadro “A Sagrada Família com São João Batista, Santa Isabel e Anjos”, realçando que este foi um gesto patriota que devolveu ao país uma parte muito importante do acervo cultural português.
João Soares congratulou também o gesto do presidente da Câmara do Porto em relação à obra de Domingos Sequeira, nomeando “o gesto do senhor presidente da câmara, de profunda generosidade”, sublinhando, no entanto, que “está quiçá aquém daquilo que o Porto merece, porque 2,5% é menos do que o Porto vale”.
O ministro da Cultura afirmou que ambos os gestos são mostras, “numa altura de crise como a que o país atravessa”, de que a Cultura é fundamental para os portugueses e para a identidade do país.

PUBLICIDADE - CONTINUE A LEITURA A SEGUIR

PUB
Amanhecer - sacão