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O que pode significar a próstata aumentada?

O que pode significar a próstata aumentada?

A próstata aumentada, também designada por Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP), é uma das doenças mais comuns nos homens. O alerta é de Carlos Martins da Silva, coordenador de Urologia do Hospital da Ordem da Trindade, para quem esta, apesar de ser uma doença benigna, causa “queixas ou sintomas urinários que podem interferir significativamente na qualidade de vida do doente”. No entanto, explica que “nem sempre um aumento da próstata causa sintomas”, sendo que, por sua vez, doentes com “próstatas relativamente pequenas podem ter sintomas desta patologia”.

Entre os sintomas mais evidentes, destaca-se a “necessidade de urinar mais frequentemente, quer de dia (polaquiúria) quer de noite (noctúria)” e a “necessidade de fazer «força com a barriga» (esforço abdominal) para urinar e sensação de esvaziamento incompleto da bexiga”.

“Os sintomas provocam incómodo e são um dos motivos de consulta médica mais frequentes nos homens com mais de 50 anos”, indica o especialista, garantindo que, de todos os sintomas, o que mais incomoda o doente é a noctúria. “O incómodo torna-se significativo quando o doente necessita de acordar duas vezes ou mais porque sente necessidade de urinar, diminuindo significativamente a qualidade do sono”, aponta.

Por vezes, prosseguiu, o doente com sintomas sugestivos de HBP vai ao médico com receio de ter cancro da próstata. Mas, a HBP e o cancro da próstata são “duas doenças diferentes”, sublinhou, acrescentando que “a primeira não é causa ou precursora da segunda”, sendo que, aquando da avaliação, se procura também “aferir a existência de uma doença maligna da próstata, tendo como objetivo o diagnóstico precoce do cancro da próstata”.

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“Este aspeto não deve ser descurado e deve ser especialmente realçado nesta época que atravessamos atualmente, devido à pandemia, em que pode haver uma tendência para um maior afastamento dos doentes em relação aos cuidados de saúde. Não deve existir receio pois as unidades de saúde implementaram medidas para garantir a segurança de todos”, destaca Carlos Martins da Silva.

Segundo o responsável, a melhoria da maioria dos sintomas da doença é possível através de medicação, realçando, contudo, que há casos em que pode ser “necessária a intervenção cirúrgica”, especialmente em “doentes que têm complicações da HBP como por exemplo, cálculos na bexiga”.

“Um melhor conhecimento nas últimas décadas dos mecanismos implicados nesta doença levou ao desenvolvimento de fármacos eficazes no controlo dos sintomas e a HBP deixou de ser uma doença com tratamento essencialmente cirúrgico para se tornar numa doença com tratamento essencialmente médico e individualizado de acordo com as características, sintomas e expectativas dos doentes, tornando-se num bom exemplo de aplicação de «medicina personalizada»”, conclui o coordenador de Urologia do Hospital da Ordem da Trindade.

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