
A mostra, da autoria de Ana Carvalho, é apresentada em “harmónica”, ou seja de um lado, o observador consegue ver as personagens, do outro, os cenários que se relacionam com as obras de Lobo Antunes.
A propósito do título escolhido para esta exposição, António Lobo Antunes referiu deixá-lo “perplexo” porque não possui “nenhum mundo”.
“Penso que a Ana decidiu ilustrar, à sua maneira, o que ela considera um universo ficcional. É evidente que existe uma coerência na minha obra, é evidente também que os livros formam um continuum, mas não me cabe a mim elucidá-lo. Essa tarefa compete ao leitor. A Ana entendeu-o assim e dele dá testemunho nas suas fotografias. Não tenho mais que aceitá-lo”, afirmou o escritor.
Ana Carvalho, tradutora literária de profissão e entusiasta bem sucedida da fotografia, é natural do Porto, mas vive há vários anos na Holanda. A leitura da crónica “O encontro” ligou-a a uma foto da sua autoria de “dois vultos que se cruzaram sem se encontrarem”. A partir daí, decidiu ir em busca de outras fotografias que pareciam irradiar o ambiente que envolve a obra de Lobo Antunes.
A exposição é de entrada livre e está patente no átrio da Biblioteca Municipal Almeida Garrett até ao dia 28 de maio.